Novidades no front da publicação periódica eletrônica
Aos leitores deste blog, finalmente publico um novo post, com um pedido de desculpas por não ter publicado muitos posts ultimamente, o fato é que hoje, tenho outras obrigações que me impedem de publicar assiduamente neste blog. No entanto, o fato é que após algum tempo, sem muitas novidades na área. Surge agora algo que deverá interessar à todos que utilizam o OJS ou SEER no Brasil, segundo o nosso colega Eloy Rodrigues, foi lançado recentementes um novo pacote de software que se integra ao OJS, trata-se do FIDUSWRITER, pacote de software que permite aos autores criar os seus artigos para submissão consecutiva ao OJS. Vejam matéria completa sítio Open Access mantido pela UMinho, intitulada: Novas abordagens para o futuro da Publicação Científica: integração “Fiduswriter” e “Open Journal System”. Pela referida matéria, o FIDUS WRITER é um editor de texto colaborativo orientado à escrita científica com a possibilidade de usar citações e fórmulas matemáticas. Trata-se, portanto, de um elemento facilitador para que os autores de artigos elaborem os seus artigos já dentro de um formato aceito pelo OJS. Leiam mais detalhes no link acima.
UNESCO apoia as iniciativas de Acesso Livre
Foi publicado, hoje, dia 26 de abril de 2013, no sítio SciDev Net, um matéria intitutulada “UNESCO compromete apoyo a iniciativas de acceso abierto”, que passo a publicar neste blog, em português. Vejam:
“Em reunião realizada na cidade de Kingston, Jamaica, nos dias de 5 a 8 de março, passado, a UNESCO comprometeu-se a apoiar a promoção do Acesso Livre na América Latina e no Caribe, assim como as políticas para promover o Acesso Livre e aberto aos resultados de pesquisas científicas.
Cerca de 40 especialistas provenientes de 23 países da região (11 do Caribe, 8 da América do Sul e 4 da América Central), assistiram à Primeira Consulta Regional da América Latina e do Caribe sobre o Acesso Livre à Informação e à Pesquisas Científicas, que se constituiu na plataforma para o debate e a formulação de propostas de acesso livre na região.
A partir do compromisso da Unesco, realizou-se a chamada entre os dias 12 e 18 de abril para fornecer o financiamento complementar a materiais de sensibilização sobre o acesso livre e a organização de semanas de acesso livre em 2013, em países da região.
“O recurso [para financiar cinco projetos] será dedicada com base no mérito e no nível de inovação das propostas”, disse Bhanu Naupane à SciDev.Net, especialista de programa da Divisão de Sociedades do Conhecimento da Unesco.
Durante a consulta regional foi apresentado as iiniciativas OA de cada país. As experiências dos países mais avançados, como a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e México constituíram-se em exemplos para aqueles países que aderiram, mais recentemente, às idéias do OA, disse a SciDev.Net, Dominique Babini, responsável pelo Programa de Acesso Livre ao Conhecimento do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO) e pela palestra.
Em sua declaração final, os participantes exaltaram os benefícios de se ter o acesso à informação sobre o avanço da pesquisa e da inovação, além de identificar a pouca sensibilização e as complexas políticas dos países como as barreiras que impedem a livre circulação da ciência.
Propuseram ações para gera mais consciência na região sobre sua utilidade como o desenho de uma imagem e de estratégias de comunicação.
Ao mesmo tempo, recomendarma que o desenvolvimento de políticas de ciência, tecnologia e inovação inclua o acesso livre em sua infraestrutura e orçamento, assim como normas de acesso livre a livros eletrônicos com resultados das pesquisas científicas.
Revistas e artigos científicos e acadêmicos avaliados por pares , teses de doutorado, livros e informes de pesquisa, são outros produtos que os participantes quiseram ter disponíveis na via Dourada (revistas) e na via Verde (repositórios digitais) de acesso livre.
SciELO com 1051 revistas científicas, RedaLyc com 808 e Latindex com referências a 5025 revistas eletrônicas, fazem parte da via Dourada que cumprem com um papel protagonista na região e “contribuem para melhorar o controle de qualidade das revistas científicas da região”, explicou Babini.
Na via Verde, a região conta com 223 repositórios digitais, principalmente, correspondente a teses e artigos de revistas, além de livros e um número crescente de coleções em multimídia.”
A via Dourada: um longo caminho ainda a percorrer
Stevan Harnad faz uma crítica ao desconhecimento de parte da comunidade científica mundial a respeito das estratégias adotadas pelo movimento OA, vejam o seu blog, em inglês. Farei apenas algumas considerações comentando parte da referido matéria (post de Harnad).
Uma questão bastante questionada por Harnad diz respeito ao fato de muitos confundirem a necessidade de uma publicação de acesso livre ter um modelo de negócio e por extensão algumas pessoas entenderem que os repositórios institucionais (RI) também teriam que ter um modelo de negócio.
Harnad contesta esse mal-entendido dizendo que os RI não são um substitutivo das revistas científicas tradicionais (mantidas por assinaturas), mas um complemento, possibilitando acesso livre à todos os usuários aos artigos alí depositados por pesquisadores da instituição que o mantém. Portanto, o RI é de livre acesso à comunidade científica e à sociedade como um todo.
Nessa matéria que mencionei, Harnad tenta esclarecer dúvidas e mal-entendidos existentes no seio da comunidade mundial, especialmente, naquilo que diz respeito à estratégia da via Verde. Para Harnad, a estratégia concebida como via Verde é a mais factível e e melhor a ser adotada no contexto recente e atual. Não faz sentido a adoção da via Dourada nesse momento, além do fato de que a sua adoção precipitada envolverá em custos exorbitantes.
O que se pode depreender das palavras de Harnad, ao longo desses 10 anos, é que há uma ordem de precedência na adoção das duas estratégias (via Dourada e via Verde) em direção ao acesso livre. Primeiro, deve-se priorizar a implantação dos RI, portanto, o mecanismo principal da via Verde. Após, consecutivamente, a esta fase, com a consolidação dos RI na maioria das instituições de ensino e pesquisa no mundo, virá a adoção da via Dourada, qdo surgirão revistas científicas de acesso livre, as quais terão um modelo de negócio consolidado diferente do panorama atual. Ao longo da referida matéria, verifica-se a importância da adoção e construção dos RI, o que no Brasil ainda se engatinha.
Publicação Predatória (ou Parasita?)
O título refere-se à tradução de uma matéria cujo título original é: Predatory Publishing. Matéria publicada no sítio: The Scientist: Exploring Life, Inspiring Innovation, por Jeffrey Beall.
Jeffrey Beall é um bibliotecário especialista em metadados da Biblioteca Auraria da University of Colorado Denver. Leia mais sobre a edição acadêmica de acesso livre em seu blog: Scholarly Open Access.
Essa matéria tem como subtítulo, a frase: Os defensores, excessivamente zelosos, do acesso livre, estão criando um ambiente de exploração, ameaçando a credibilidade da publicação acadêmica ou científica. Aliás, é bom que se diga, isto já aconteceu também aqui no Brasil, veja post publicado, nete blog, no início de 2012 mas, aparentemente, dentro de um outro contexto. Outro fato a se considerar, ao ler este post é que logo no início do movimento do Open Access, Stevan Harnad já havia alertado a comunidade indicando que a melhor estratégia era a da via Verde e que a via Dourada ainda carecia de um amadurecimento. A matéria objeto deste post é uma comprovação do alerta dado por Harnad.
Segue a tradução da matéria:
“Uma grande revolução vem ocorrendo na publicação acadêmica. Nos últimos 10 anos, pesquisadores, acadêmicos, bibliotecários, especialmente aqueles provenientes da ou atuantes na academia, universitários e institutos de pesquisa vêm promovendo o livre acesso às publicações acadêmicas, e agora começam a aparecer os resultados dessas iniciativas que, infelizmente, estão, ainda, muito abaixo das expectativas da comunidade científica.
Um dos resultados é que o movimento do acesso livre está provocando um aumento repentino no número de editores acadêmicos de revistas de acesso livre, motivados por uma barreira muito pequena que viabiliza a sua entrada no mercado editorial. Para se tornar um editor acadêmico, tudo que você precisa fazer e ter agora, é um computador, um sítio web, e a capacidade de criar títulos, inéditos, de publicações periódicas científicas.
Essa tendência é reforçada pela chamada estratégia da via Dourada do modelo Open Acess (OA), em que a publicação científica é mantida, não por meio das suas assinaturas, mas por intermédio das taxas de autor. Para quem não sabe, essas taxas de autor são também denominadas de taxas de processamento de artigos, mecanismo adotado por editores de revistas científicas OA para promover a revisão dos artigos submetidos. Um exemplo desse tipo de publicação é a revista The Scientific World Journal, atualmente publicada por uma iniciativa denominada CAIRO, mantida por Hindawi Publishing Corporation. Essa mega-editora é responsável pela edição de publicações em, praticamente, todas as áreas do conhecimento científico e cobra uma taxa de processamento de artigos, no valor de US $ 1.000 para cada artigo aceito. Da mesma forma, a Public Library of Science, também conhecida como PLoS, cobra de autores, provenientes de qualquer lugar do planeta, um valor que varia, na faixa de R$ 2.700 a R$ 5.800 para publicar um artigo, no caso em que o pesquisador seja filiado a uma universidade, membro institucional ligada a essa editora, ele pode obter descontos na submissão à essas revistas.
Este aumento no número de publicações de acesso livre tem sérias implicações para a publicação acadêmica. O fato de autores tornarem-se clientes dos editores, pode provocar um conflito de interesses: quanto mais uma editora aceita artigos, maior receita ela terá.
Sem qualquer surpresa, o nível de aceitação de artigos, por parte de revistas que adotam esse modelo de negócio, está subindo rapidamente, enquanto o pagamento pela avaliação paga aos pares pela revisão de artigos está diminuindo. A comunicação científica está, agora, sendo inundada, anualmente, com centenas de milhares de novos artigos, em sua grande maioria considerados de segunda categoria, sobrecarregando os pesquisadores conscientes que se vêem obrigados a filtrá-los, por conta própria.
A crescente exploração dessa tendência, é definida como o surgimento de editores predadores ou “parasitas”? – aqueles que exploram, de forma não profissional, o modelo da via Dourada do OA com fins de obtenção de lucros para si próprios. Esses editores usam de armadilhas para enganar os pesquisadores, induzindo-os à submeter seu trabalho para, em seguida, cobrá-los para publicar o seu trabalho. Algumas presas, especialmente os estudantes júniors na faculdade e estudantes de pós-graduação, que são bombardeados por meio do envio de e-mails spam (“solicitações”). A partir da colheita de dados de sítios de editoras legítimas, eles enviam mensagens spam personalizadas, atraindo pesquisadores, por meio de elogios a seus trabalhos anteriores e, convites para apresentar um novo manuscrito. Muitos desses falsos editores afirmam, falsamente, impor revisão por pares rigorosos, mas parece que eles rotineiramente publicam manuscritos após o recebimento da taxa de autor. Alguns acrescentam nomes para os seus conselhos editoriais, sem, mesmo, obter previamente a permissão dos cientistas, incluídos, nesses conselhos, entre outras práticas antiéticas.
Os sítios web dessas editoras parecem legítimos, o que torna difícil separar o profissional do “não-profissional” ou antiético. Infelizmente, muitos cientistas foram enganados. Dezenas perguntaram-me se havia alguma medida para determinar a legitimidade mas, há muito pouco que possa ser determinado diretamente. A única medida é a real intenção da editora, o que é difícil ou impossível de se discernir.
As implicações do mandato e promoção são significativas. As editoras tradicionais desempenharam, previamente, o papel de validação: se um artigo apareceu em uma revista científica publicada por uma editora respeitada, no geral, alguém o aceitou como um trabalho de qualidade, digno de ser publicado. Agora, as chamadas editoras parasitas atribuem títulos elevados a suas revistas, tornando a tarefa de avaliar uma lista de publicações, muito mais complicada. Infelizmente, alguns acadêmicos fazem o jogo do novo sistema, explorando a vaidade acadêmica para comprar prestígio.
Os editores parasitas do acesso livre ameaçam apagar a linha que divide a ciência da não-ciência. Ao aceitar artigos pseudocientíficos, que parecem legítimos mas, cujas metodologias são ineficientes, os falsos editores, gratuitamente, conferem a sanção da ciência. Se essa tendência continuar, podemos perder a habilidade de distinguir a ciência real do falso.
Os problemas dessa causa dos editores “parasitas” foram agravados por vários dos atores no movimento do acesso livre. Muitos bibliotecários, pesquisadores e outros que defendem o livre acesso à publicação científica têm promovido o livre acesso às publicações acadêmicas à toda a comunidade, sem restringir a sua promoção aos poucos dignos editores de revistas OA, criando, pois, um terreno mais fértil para os editores parasitas. Bibliotecários e defensores do acesso livre também gastaram muito tempo e esforços e, até mesmo, denunciando o cyberbullying contra tradicionais editoras acadêmicas, uma prática que, lamentavelmente, ainda contribuiu para o crescimento de ilegítimos editores OA. Alguns até mesmo insistem em mandatos OA, regras que exigem que pesquisadores publiquem todo o seu trabalho em locais de livre acesso, privando-os da liberdade de publicar no periódico de sua livre escolha e que serve para energizar ainda mais os editores exploradores de acesso livre.
Os entusiastas do acesso livre são muito rápidos para identificar as tradicionais editoras acadêmicas. Eles são, excessivamente, politizados no que diz respeito à comunicação científica, aplicando suas crenças e táticas anti-corporativistas para publicação científica convencional. Muitos abandonaram a objetividade; ao invés de buscar o melhor modelo para a comunicação acadêmica, buscam apenas uma alternativa que se adapta às suas estreitas convicções.
Muitos defensores do acesso livre não conseguem entender ou reconhecer o valor que a alta qualidade da publicação acrescenta ao conteúdo acadêmico. Um desses valores é a preservação digital, ou a manutenção a longo prazo dos artigos de periódicos e das demais publicações. A maioria das novas editoras de acesso livre não tem estratégias de preservação à longo prazo, para operar no momento. Além disso, alguns editores, que adotaram a estratégia do acesso livre, agora ignoram o processo de edição do texto. Além de deteriorar a qualidade do artigo, estas práticas perpetuam o problema crescente do plágio, visto que essas revistas raramente utilizam ferramentas disponíveis que podem detectar a sobreposição entre trabalhos apresentados e trabalhos publicados.
Dessa forma, enquanto a revista de acesso livre tem algumas vantagens óbvias, como a pesquisa científica disponível gratuitamente para todos que a procuram – existem muitos outros fatores a serem considerados. (Para uma discussão mais completa sobre essas considerações, consulte “Whither Science Publishing” na pagina 32 “) A eficácia de um modelo de publicação que tenha autores, ao invés de leitores como seus clientes, ainda não foi comprovado e existem sérios riscos à longo prazo. A comunicação científica precisa de uma análise mais imparcial e menos ideológica. O modelo de publicação que devemos deixar à próxima geração de pesquisadores precisa ser o melhor, e não necessariamente um ideológicamente correto.”
Open Access: um novo Big Deal?
Seguindo com a tradução da matéria publicada por Richard Poynder em seu blog Open and Shut?, Open Access in the UK: Reinventing the Big Deal, onde esse jornalista faz uma série de considerações sobre as últimas iniciativas do governo britânico.
New Big Deal
Isso significa, sugere Harnad, que os editores agora serão capazes de fornecer o OA, em seus próprios termos, e não nos termos destinados a proteger os interesses da comunidade científica. Essencialmente, o caminho está livre para que os editores obtenham suas receitas correntes, em condições adaptadas ao novo ambiente OA, sem resolver o problema da acessibilidade, que privou a comunidade icentífica, por tanto tempo. Em suma, implícito no relatório FINCH / RCUK existe uma convicção de que as estratégias do OA não devem ter impacto negativo sobre os lucros das editoras. Com o relatório FINCH / RCUK diz Harnad, “os editores obtêm suas receitas grotescamente inflados e, em troca o mundo se rende à estratégia da via Dourada”
É certamente estranho que, ao recomendar que a estratégia da via Dourada seja priorizada, o relatório FINCH argumente que a estratégia da via Verde tenha falhado – apesar do fato de que a maioria dos trabalhos que estão hoje disponíveis em OA, são resultados da estratégia do auto-arquivamento (a estratégia conhecida como via Verde do OA), e não da estratégia preconizada pela via Dourada do OA (veja o gráfico abaixo), mesmo não tendo evidências de que a estratégia da via Verde do OA tenha prejudicado os lucros dos editores.
Harnad sempre argumentou que o governo deveria exigir que todas as universidades do Reino Unido impusesse aos seus pesquisadores a obrigatoriedade do auto-arquivamento de suas pesquisas e, caberia ao RCUK fazer cumprir essa determinação, uma vez que, de fato, existe um mandato em vigor desde 2006 que, sem dúvida, desempenhou com sucesso a implantação da via Verde do OA . No entanto, o mandato poderia claramente ter sido mais eficaz. Sua fraqueza fica evidenciada pelo fato de que o RCUK nunca fez questão de observar devidamente essa conformidade. “A eficácia do mandato depende da eficácia do cumprimento de verificação de mecanismos”, sugere Harnad, “e o RCUK nunca deu prioridade ao mandato.”
Por isso, ele diz, “Ao RCUK teria sido muito melhor adotar um mecanismo de verificação de conformidade-benefício para o mandato existente do que se oferecer para pagar pela estratégia da via Dourada.”
Isso é importante, acrescenta, não apenas porque alcançaria o OA mais rapidamente, e economizaria dinheiro a curto prazo, mas porque forçaria os editores a reduzir o custo de suas operações para o fornecimento da revisão por pares sozinho – que é tudo o que é necessário em um mundo em rede – e assim reduzir os custos de longo prazo da publicação acadêmica. E isso resolveria o problema da acessibilidade insustentável.
Como está, diz Harnad, a política RCUK simplesmente abriu o caminho para a reinvenção do Big Deal. Se você pensar sobre isso, diz ele, a política RCUK se resume ao esquema de assinatura do BMC / Springer ” mas, em nível nacional ao invés do nível institucional. “O próximo passo é um Big Deal nacional ou mesmo global.”
Ele acrescenta: Desde os anos 90 uma das “opções” que os editores ofereciam, gentilmente, era a licença, tanto a nível Nacional quanto Global: “Você quer que qualquer um acesse qualquer coisa? Muito bem. Nós os editores queremos também. Concorde com o preço e você terá o acesso!”
No entanto, nem todos acreditam que isso seja uma coisa ruim – pelo menos, não para Jan Velterop, o ex-funcionário da AP e um dos arquitetos do primeiro Big Deal. “Eu não me importo com a estratégia da via Verde, diz Velterop, “O que eu não vejo como, remotamente realistica, é a ideia de que primeiro se deve submeter os editores à estratégia da via Verde antes da consolidação da via Dourada.”
Velterop acrescenta, “A via Dourada é, em grande parte desenvolvida pelos novos editores, e não as tradicionais editoras. Ela deve ser construída ao lado da estratégia da via “Verde”. Que é mais provável para forçar ‘mãos que’ as editoras tradicionais verde ‘sozinho.Por isso, ele diz, um negócio grande nacional é precisamente o que o paciente necessita de hoje.
Consequentemente, ele diz, um pacote Big Deal Nacional é precisamente o que o paciente requer hoje.
Mais precisamente, ele diz, o que é necessário é um “Novo Big Deal” . Diferente do velho “Big Deal”, ele explica, isto compreenderia “uma licença Nacional” que desse ao pesquisador um ponto de acesso e uso livre a todos os artigos que estivessem ainda protegidos por assinatura, além de um serviço nacional de contratos. Este serviço seria necessário para aquisição do ponto de acesso livre e uso das publicações OA para os pesquisadores do Reino Unido, permitindo a eles publicar em revistas OA sem ter que pagar por elas.
Enfim, a vida continuou

Maria Carmen Romcy de Carvalho
Na semana passada, nos dias 18 e 19 de outubro de 2012, tive a surpresa, assimcomo a felicidade e alegria de comprovar que os projetos que havia deixado, no IBICT, tiveram continuidade. Nesses 2 dias, foi realizadoo I Encontro do IBICT para a Visibilidade da Ciência Brasileira. Na oportunidade foram apresentados alguns resultados bastante interessantes, pois, hoje o Brasil pode contar com 782 revistas científicas de acesso livre, constituindo-se no segundo país em termos de revistas científicas de acesso livre. Nessa categoria, apenas os EUA possuem maior quantidade de revistas científicas de acesso livre. Em termos de repositórios institucionais (RI), o Brasil conta atualmente com 50 RI . Obviamente, nem todos os repositórios institucionais foram construídos com o apoio dos projetos desenvolvidos pelo IBICT mas, com certeza, 60% deste total de RI foram construídos com o apoio de recursos oriudndos dos projetos, que foram financiados pela FINEP. Em termos das revistas científicas, seguramente, elas surgiram a partir dos vários treinamentos no uso do software SEER – Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas, software customizado pelo IBICT, resultado de uma ousada atividade de prospecção tecnológica realizada sob a coordenação do autor deste Blog. Portanto, esses resultados ilustram a importância que tiveram, para o Basil, esses projetos financiados pela FINEP. Graças a esses projetos, hoje o País pode contar com um grande número de revistas científicas eletrônicas de acesso livre, assim como, hoje, mais de 30 universidades possuem ou podem vir a contar com seus respectivos Repositórios Institucionais.
Além disso, o País poderá contar com um portal que dissemina a produção científica brasileira em acesso livre, o Portal Oasis.Br.
A infomação que tenho é a de que este portal se encontra em fase final de construção e, espero, em breve, divulgar o seu link.
Assim, agradeço, sensibilizado, o empenho dos colegas Maria Carmen Romcy de Carvalho, que coordenou, Bianca Amaro e Milton Shintako, além de toda a equipe do IBICT, que se empenharam na conclusão desses projetos. Trata-se de um grande feito realizado, no contexto da Comunidade Científica brasilera e que marcará a atuação do IBICT na implantação do Open Access no Brasil.
Antes de concluir este post não posso esquecer de agradecer à Maria Inês Militão Rufino que, vem trabalhando
árduamente nos processos burocráticos que envolvem todos os projetos relacionados ao acesso livre no IBICT. À todos esses colegas, os meus mais sinceros agradecimentos, pois, no meu impedimento puderam e tiveram a competência de dar seguimento aos importantes projetos cujos resultados foram apresentados durante o evento.
Open Access: novas ações provenientes dos editores no Reino Unido
Antes de concluir o penúltimo post, a tradução da matéria produzida por Richard Poynder, assinalava:
“Além disso, uma vez que todos os artigos em uma revista científica são únicos, os bibliotecários não estão em uma posição de poder substituir um título caro por um mais barato. Portanto, há uma enorme pressão sobre as bibliotecas para que sejam assinadas todas as revistas publicadas nas várias áreas da pesquisa em que a instituição atua.”
Essa matéria continua, conforme segue abaixo:
“Por outro lado, os defensores do OA argumentam, com a solução autor-paga adotada pelas editoras que adotaram a estratégia da via Dourada, a decisão de compra é feita pelos pesquisadores, não por um intermediário. E, desde que os autores são capazes de publicar em uma variedade de revistas científicas, eles podem procurar por aí (ou seja, as revistas são substituíveis, e os autores podem – e irão – ao tomar a decisão de compra).
Mas, havia uma mosca na sopa. Como o “Big Deal”, as assinaturas OA são realizadas por intermediários provenientes da classe bibliotecária, de modo que existe uma desconexão no modelo de assinaturas, que muitas vezes continua a existir com a publicação OA. Os modelos de assinatura também tendem a empurrar os autores na direção dos editores que já mantêm contrato com as suas bibliotecas, o que limita a escolha.
Além disso, um crescente número de universidades estão criando fundos destinados a subsidiar as publicações de autores interessados em publicar por meio da estratégia da via Dourada. Novamente, a conta não será paga pelo intermediário, não pelo autor. Importante, o recurso não vem do orçamento de pesquisa do autor, então é improvável que o preço seja um fator decisivo quando um autor procura por um periódico OA no qual deseja publicar.
Prioridades
Não é novidade, quando o auto-arquivamento decolou, os editores logo concluíram que isto representava uma séria ameaça para as suas receitas. E eles responderam de duas maneiras
Primeiro, eles insistiram no embargo ao auto-arquivamento. Exigiram que os pesquisadores esperassen antes de tornar uma cópia de seu artigo disponível gratuitamente na Web – geralmente de 12 meses ou mais.
Segundo, os editores científicos começaram a adotar o OA híbrido. Isso permitiu aos autores publicar seus seus artigos em revistas que se tornaram OA – mas, novamente, mediante o pagamento de um APC. Embora, em teoria, a estratégia OA híbrido não seja diferente da estratégia da via Dourada (ambos tornam trabalhos livremente disponíveis mediante o pagamento de um APC), é, geralmente, mais cara do que publicar em revistas que adotam a via Dourada pura. Mais precisamente, o OA híbrido permite aos editores o “double dip” – ou seja, obter receitas, por meio de, ambos os mecanismos, tanto com os APCs quanto com as assinaturas.
Como as publicações OA vem se desenvolvendo, portanto, espera-se que isto revelará algo mais provável para restringir os preços do que a evaporação dos preços das assinaturas das publicações. Além disso, para a frustração dos defensores do OA, a quantidade dessas publicações tem crescido muito lentamente. Hoje, apenas cerca de 24% dos resultados das pesquisas, em todo o mundo, são publicadas em revistas OA (35% no Reino Unido), e o crescimento tem se realizado a uma taxa de apenas 1-2% ao ano.
Deve-se também observar que – à exceção da área biomédica – a quantidade de artigos científicos que são disponibilizados por meio do Acesso Livre, da via Verde do OA é da ordem de 4 vezes a quantidade de artigos que são dispnibilizados por meio da via Dourada.
A comparação feita no parágrafo anterior é importante porque, apesar das vias Verde e Dourada serem vistas como as duas principais estratégias para se atingir o Acesso Livre, no Reino Unido, a mais recente progressão dos fatos indica alterar fundamentalmente esse equilíbrio.
Mais especificamente, no mês de julho passado, no Reino Unido, o Comitê FINCH publicou um relatório que continha uma série de recomendações sobre a publicação científica/acadêmica. Mais notavelmente, ele recomendava que toda pesquisa financiada com recursos publicos, no Reino Unido, deveria estar livremente disponível em uma base OA. No entanto, ao invés de recomendar a adoção de todas as estratégias do OA, o referido relatório concluiu que o principal mecanismo a ser adotado seria aquele conhecido por autor-paga OA – tanto para revistas da via Dourada quanto para aquelas que adotam um modelo híbrido.
Resultado, ao invés de reduzir os custos, o relatório FINCH estimou que a sua proposta necessitaria de uma receita adicional da ordem de 40-50 milhões de Libras ao ano, dos quais 38 milhões seriam necessários para pagar a taxa APC.
Não foi surpresa, o fato de muitos reagirem às recomendações FINCH com consternação. A queixa era a de que os custos adicionais recairiam desproporcionalmente sobre os ombros de universidades de pesquisa intensiva (nomeadamente o Grupo de Russell).
No entanto, o governo do Reino Unido aceitou a quase totalidade das recomendações FINCH e a Research Councils UK (RCUK) imediatamente publicou uma nova política OA. Esta nova política vai exigir que todos os papers resultantes de pesquisa científica , total ou parcialmente financiada pela RCUK, terá de tornar-se OA. E, como indicado pelo relatório FINCH, RCUK vai exigir que os autores priorizem a estratéga da via Dourada em detrimento da estratégia da via Verde, deixando os repositórios institucionais relegados apenas ao papel de preservação e arquivamento de dados.
Os custos adicionais desta política serão atendidos por meio de subsídios em bloco da RCUK, mas o dinheiro vai sair do orçamento da pesquisa nacional existente, de modo que não haverá dinheiro novo. Além disso, para aplacar o Grupo Russell, o governo do Reino Unido anunciou que irá fornecer um extra de £ 10 milhões. Isso também não será dinheiro novo, mas virá das “flexibilidades” do orçamento existentes dentro da rubrica para a ciência.
Os maiores críticos do relatório FINCH / RCUK, no entanto, foram os defensores da estratégia da via Verde do OA, como Stevan Harnad, que antecipou que as assinaturas de revistas (quem ainda publicar a maioria dos artigos revisados por especialistas) vão responder à nova política por meio do alongamento dos embargos às políticas de auto-arquivamento à ponto de não serem mais compatíveis com a política RCUK, e dizer aos autores que eles devem pagar pelo OA híbrido.
Como Harnad me disse, em Julho passado, se alguém fosse um editor, permitindo a seus autores o pagamento pela publicação de forma aderente à estratégia da via Dourada híbrida (enquanto continua a coletar seu lucro usual provenientes das assinaturas) e, de quebra, seria aguardado até o cumprimento do embargo à via Verde (ou seja, até a data em que seus netos concluíssem o seu curso superior), para ter certeza de que seus autores paguem pela estratégia da via Dourada híbrida, ao invés de escolher a opção pelo custo-livre que se teme possa vir a representar um risco para as suas receitas de assinaturas!
O entendimento de que a estratégia da via Verd do OA será obsoleta continua. O que se sabe é que, confrontado com as crescentes críticas, o RCUK sentiu a necessidade de fazer uma série de esclarecimentos (por exemplo, aqui e ali). No entanto, recusou-se a alterar a redação de sua política, que afirma claramente que os pesquisadores devem preferir a via Dourada em detrimento da via Verde.”
Esta matéria mostra a força dos editores científicos comerciais, que contra-atacam a estratégia da via Verde do OA, preferindo articular a adoção da via Dourada junto ao governo inglês.
Open Access no Reino Unido: causas e estratégias
No último dia 01 de Outubro, Richard Poynder publicou em seu blog Open and Shut? um longo post onde faz uma longa consideração sobre a problemática das assinaturas de periódicos científicos no Reino Unido, soluções propostas pelos editores e o surgimento das estratégias do Open Access. Devido ao fato do post ser demasiadamente longo, optei por publicar a sua tradução em partes separadas. Segue a primeira parte:
“O sistema de comunicação científica tem enfrentado sérias dificuldades nas últimas décadas, um problema geralmente conhecido como a “crise dos periódicos”. O cerne da questão é que o preço das revistas científicas tem aumentado consistentemente mais rápido que o índice de preços ao consumidor. Bibliotecas de universidades e centros de pesquisa vêm encontrando dificuldades cada vez maiores para adquirir e manter as as assinaturas de todas as revistas de que os seus pesquisadores precisam.
No início de 1990, os editores se encontraram em uma situação onde cada vez que preço de uma revista aumentava eles se viam confrontados com uma onda de cancelamentos. Em uma tentativa de recuperar a receita perdida aumentavam o preço, novamente, o que simplesmente desencadeava uma nova onda de cancelamentos.
Consciente de que a sua sobrevivência estava ameaçada, as editoras buscaram uma maneira de manter os seus assinantes e acabou chegando ao que ficou conhecido como o “Big Deal”.
Com o “Big Deal”, essas bibliotecas não assinavam as revistas título a título, mas sim um conjunto pré-determinado de revistas eletrônicas, a cujos contratos tinham validade por vários anos. Normalmente esse pacote é constituído de todo o portfólio da editora, que pode incluir centenas de títulos de revistas.
O atrativo do “Big Deal”, para os editores, era que, com esse tipo de contrato, havia o comprometimento de acabar com o ciclo anual de cancelamento. Para bibliotecas, esse tipo de contrato forneceu o acesso a um número muito maior de títulos pelo mesmo preço que estava pagando por um conjunto menor de títulos – uma vez que assinou-se o pacote inteiro e, além disso, um contrato que abrangia vários anos. Para autores, isto proporcionou um público maior e mais estável aos seus artigos.
A Academic Press foi pioneira, em 1996, quando assinou um contrato nesses termos, “Big Deal”, por três anos com a Higher Education Funding Council for England (HEFCE). O acordo significa que qualquer pessoa que trabalhasse e uma instituição de ensino superior (Higher Education) no Reino Unido tem franco acesso a um ponto de acesso à revista inteira da referida esitora (Academic Press). Além disso, uma vez que foi HEFCE que pagou a conta (por meio da corte superior), o acordo trouxe o benefício adicional de aliviar a pressão sobre os orçamentos das, duramente, pressionadas bibliotecas de pesquisa do Reino Unido.
O padrão
Depois de algum ceticismo inicial, outras editoras começaram a oferecer seus próprios pacotes “Big Deal”, e o modelo, em breve, tornou-se a forma padrão em que bibliotecas de pesquisa adquiriam o acesso a revistas acadêmicas.
No entanto, enquanto conceito básico da AP foi copiado, mais subseqüentes grandes negócios não foram assinados com organismos de financiamento nacionais, mas com consórcios de bibliotecas. E uma vez que os custos não foram top cortado, isso significava que as bibliotecas tiveram que financiar seus contratos “Big Deal” a partir de seus próprios orçamentos.
Logo tornou-se evidente, portanto, que o Big Deal não conseguiu resolver o problema fundamental da acessibilidade que está no coração da “crise dos periódicos”. E, como carteiras de editores de revistas tem cada vez maior como resultado da consolidação da indústria, os contratos “Big Deal” começaram a devorar uma porção cada vez maior do orçamento de uma biblioteca. Como conseqüência, o “Big Deal” gradualmente caiu em desgraça, com bibliotecários reclamando que, como qualquer modelo de assinatura do jornal, o “Big Deal” é por sua natureza monopolista, e ele bloqueia bibliotecas em um sistema caro e inflexível que eles só podem se livrar com grande dificuldade.
Desejosos de encontrar uma abordagem alternativa, a comunidade científica começou a ter um interesse no movimento Open Access (OA). Se os artigos fossem disponibilizados gratuitamente na internet, eles entenderam, não somente os pesquisadores teriam acesso a tudo o que precisavam, mas o auto-arquivo (ou, como ficou conhecido mais tarde, a estratégia da via Verde) poderia aliviar o problema, a acessibilidade, permitindo às bibliotecas iniciar o cancelamento de algumas de suas assinaturas de revistas. Com este objetivo em mente, os defensores da estratégia da via Verde convocaram os pesquisadores a tornar os seus trabalhos disponíveis na web (e mais tarde em repositórios institucionais).
Além disso, uma nova geração de editores – por exemplo BioMed Central (BMC) e Public Library of Science (PLoS) – entrou no mercado oferecendo-se para tornar os artigos acessíveis, livremente, aos pesquisadores como uma parte essencial do processo de publicação, com a condição de que eles pagassem uma taxa de processamento de artigo (APC). Isto mais tarde, tornou-se conhecido como a estratégia da via Dourada do movimento OA.
Na crença de que o modelo autor-paga levaria a baixar os custos de publicação, a bibliotecas começaram a persuadir os pesquisadores a abraçar a estratégia da via Dourada do movimento OA. E para ajudá-los nisso, eles concordaram em usar parte do orçamento de algumas das assinaturas de seus periódicos para se filiar a esquemas que as editoras que adotaram a via Dourada do OA, como BioMed Central e Springer começaram a oferecer. Estes esquemas possibilitaram aos pesquisadores o direito de publicar em revistas OA sem ter que pagar pela publicação de um artigo.
A crença de que a publicação OA levaria a custos mais baixos se baseavam em duas suposições: primeiro, que a publicação eletrônica era inerentemente menos cara que a tradicional publicação impressa; segundo, que ela imporia restrição de preços aos editores. O pensamento que estava por trás dessas suposições era: com relação às assinaturas de periódicos científicos, não são os pesquisadores que pagam a conta mas, os bibliotecários. Consequentemente, os pesquisadores não devem se preocupar com o custo das revistas científicas, mas simplesmente solicitar os títulos que eles necessitam, independentemente, do custo que as bibliotecas terão que pagar para tê-los. Desde que, o seu trabalho é servir às necessidades de informação dos pesquisadores, os bibliotecários sentem que eles teriam que pagar. Em outras palavras, há uma desconexão no seio do modelo de assinaturas de periódicos.
Além disso, uma vez que todos os artigos em uma revista científica são únicos, os bibliotecários não estão em uma posição de poder substituir um título caro para um mais barato. Portanto, há uma enorme pressão sobre as bibliotecas para que sejam assinadas todas as revistas publicadas nas várias áreas da pesquisa em que a ação a instituição atua.”
Evidentemente, aqui no Brasil os nossos pesquisadores, aparentemente, ainda não se depararam com tal situação graças ao Portal de Periódicos da Capes que tem mantido as assinaturas dos periódicos alí disponibilizados. Será que teremos, eternamente, orçamentos capazes de bancar o referido portal?
UKPMC passará a se chamar Europe PubMed Central
À partir do próximo dia 1º de novembro o UKPMC passará a se chamar Europe PubMed Central. Para quem não sabe o UKPMC é constituída de 18 fontes de informação de Acesso Livre na área biomédica e ciências da saúde, além de agências de fomento, existentes no Reino Unido, as quais passam agora a fazer parte do European Research Council (ERC) a partir deste ano. Em reconhecimento ao fato do ERC tornar-se a terceira agência de fomento a integrar o UKPMC, o serviço será rebatizado como Europe PubMed Central.
Isto não afetará como os pesquisadores usam o serviço, que continuará a atendê-los considerando a melhor oportunidade de acessar e explorar a literatura científica integralmente com outras fontes e conjuntos de dados biológicos.
Esta é uma demonstração de que o movimento Open Access continua evoluindo, principalmente, fora do Brasil e constitui um exemplo às nossas instituições e agências de fomento que permanecem estáticas nessa área. Em conseqüência, se nenhuma instituição brasileira tomar qualquer atitude nessa direção, a nossa sociedade continuará pagando para ter acesso à informação científica, mantendo o status quo, ou melhor fazendo o jogo das editoras comerciais científicas.
BOAI-10: sobre promoção e coordenação
Dando continuidade à série de posts decorrentes das recomendações formuladas pelo BOAI-10, segue a matéria abaixo, que trata da promoção e coordenação:
4.1. Devemos fazer mais para consciencializar os editores de revistas, os editores científicos, revisores e pesquisadores dos padrões de conduta profissional para publicação em OA, por exemplo, quanto ao licenciamento, processo editorial, apelo à submissão de artigos em OA, identificação de propriedade e gestão de taxas de publicação. Os editores científicos, revisores e pesquisadores devem avaliar as oportunidades de envolvimento com editores de revistas na base destes padrões de conduta profissional. Quando os editores não agirem de acordo com esses padrões devemos ajudá-los a melhorar, como um primeiro passo.
- Como forma de avaliar um editor ou revistas OA, novas ou desconhecidas, recomendamos que os pesquisadores consultem a associação de editores de acesso aberto (OASPA – Open Access Scholarly Publishers Association) e o seu código de conduta. Queixas sobre editores membros da OASPA ou sugestões de melhoria do código de conduta devem ser enviados para a OASPA.
- Encorajamos todos os editores OA e as revistas OA a aplicar as boas práticas recomendadas pela OASPA ou a procurar tornar-se membro da associação, o que implicará uma análise das suas práticas e oferecerá uma oportunidade para corrigí-las se necessário.
4.2. Devemos desenvolver diretrizes para universidades e agências de financiamento que estejam considerando a definição de políticas de OA, incluindo os termos recomendados para as políticas, boas práticas e respostas a perguntas a questões frequentes.
4.3. Encorajamos o desenvolvimento de recursos consolidados que facilitem o acompanhamento do progresso do OA por meio dos números e gráficos mais relevantes. Cada unidade de informação deve ser atualizada regularmente e a sua proveniência ou método de cálculo claramente indicada.
4.4. A comunidade OA deve agir mais frequentemente de modo conjunto. Sempre que possível, as organizações e ativistas OA devem procurar formas de coordenar as suas atividades e comunicações no sentido de utilizar melhor os seus recursos, minimizar a duplicação de esforços, reforçar a mensagem e demonstrar coesão.
- Devemos criar melhores mecanismos para comunicarmos e coordenarmos uns com os outros.
- Devemos comunicar com os nossos colegas acadêmicos, a imprensa acadêmica e imprensa não acadêmica mainstream. A mídia acadêmica e não-acadêmica estão mais informadas e mais interessadas em OA do que nunca. Isto é uma oportunidade para ajudar a educar todas as partes interessadas acerca do OA e das novas propostas para o desenvolvimento do OA.
4.5. A campanha mundial pelo OA aos artigos científicos deve trabalhar em maior proximidade com a campanha mundial pelo OA aos livros, teses e dissertações, dados científicos, dados governamentais, recursos educativos e código-fonte.
- Devemos coordenar com esforços afins menos diretamente relacionados com o acesso aos resultados da pesquisa, como a reforma dos direitos de autor, obras órfãs, preservação digital, digitalização de literatura impressa, decisão política baseada em evidências, a liberdade de expressão e a evolução de bibliotecas, publicação, revisão por pares e medias sociais.
- Devemos procurar formas de amplificar as nossas diferentes vozes quando defendemos princípios comuns.
4.6. Precisamos afirmar mais claramente, com mais evidências e a mais grupos de interessados, as seguintes verdades sobre o OA:
- O OA beneficia a pesquisa e os pesquisadores, e sua falta os prejudica.
- O OA à pesquisa financiada com recursos públicos beneficia os contribuintes e aumenta o retorno do seu investimento na pesquisa. Existem benefícios econômicos bem como benefícios acadêmicos e científicos.
- O OA amplifica o valor social da pesquisa, e as políticas OA amplificam o valor social das agências de fomento e das instituições de pesquisa.
- Os custos do OA podem ser suportados sem adicionar mais dinheiro ao atual sistema de comunicação científica.
- O OA é consistente com as leis de direitos de autor em qualquer parte do mundo, e concede tanto aos autores quanto aos leitores mais diretos do que eles teriam no âmbito dos acordos de publicação convencionais.
- O OA é consistente com os mais elevados padrões de qualidade.
Recomendações sobre políticas provenientes do BOAI-10
Logo no início, no prólogo, das recomendações provenientes do BOAI-10, os presentes demonstraram confiança nos resultados das estratégais adotadas pelo movimento Open Access(OA), vejam:
“…Reafirmamos nossa confiança, em que “o objetivo é atingível e não apenas desejável ou utópico”. Nada nos últimos dez anos tornou o objetivo menos atingível. Pelo contrário, o Acesso Livre (OA) está bem estabelecido e em crescimento em todos os domínios. Possuímos mais de uma década de sabedoria prática sobre como implementar o OA. A viabilidade técnica, econômica e legal do OA está bem testada e documentada.”
Esta confiança quanto ao sucesso não fica apenas na retórica, basta ver os números no sítio OpenDOAR. Existem, atualmente, 1822 Repositórios Institucionais, 235 Repositórios Temáticos, 52 Repositórios Governamentais e 96 Repositórios Agregadores, em todo o mundo. Esses repositórios foram construídos e registrados ao longo dos últimos 10 anos. Isto reflete a adesão à estratégia da via Verde. Além disso, nos últimos 10 anos, mais de 7 mil revistas científicas de acesso livre foram lançadas, em todo mundo. Neste sítio, o Brasil ocupa o segundo lugar em termos de números de revistas OA criadas, conforme mostra o sítio DOAJ.
Diante dessas evidências positivas, o grupo de especialistas que se reuniu em Budapeste tentou resumir as recomnedações relacionadas a políticas de OA a serem adotadas, da seguinte forma:
1.1. Todas as instituições de ensino superior devem ter uma política que assegure que versões revisadas por pares, de todos os futuros artigos científicos da autoria dos seus membros, sejam depositadas no repositório designado pela instituição. (Ver recomendação 3.1 sobre repositórios institucionais.
Os depósitos devem ser realizados tão logo quanto possível, de preferência no momento da aceitação do artigo para publicação, e não após a data da publicação formal.
As políticas universitárias devem respeitar a liberdade dos acadêmicos de submeter os seus trabalhos às revistas da sua preferência.
As políticas universitárias devem encorajar, mas não requerer, a publicação em revistas OA, e devem ajudar os acadêmicos a compreender a diferença entre depositar num repositório OA e publicar numa revista OA.
Quando possível, as políticas universitárias devem ser adotadas por meio do voto dos acadêmicos, devem requerer o OA imediato e devem aceitar o depósito de outros materiais nos repositórios, mesmo quando não exigidos (por exemplo, conjuntos de dados, apresentações em conferências, livros ou capítulos de livros, trabalhos publicados antes da adoção da política, e assim por diante).
Quando os editores das revistas não autorizarem o OA nas condições preferenciais da universidade, recomendamos uma das seguinte alternativas: A política poderá requerer o depósito em acesso restrito no repositório institucional até que a permissão para o OA possa ser obtida; ou a política pode atribuir à instituição um direito não exclusivo de disponibilizar os futuros artigos dos acadêmicos em OA através do repositório institucional (com ou sem a opção dos acadêmicos cancelarem esta atribuição de direitos para qualquer publicação individual).
1.2. Todas as instituições de ensino superior que oferecem pós-graduações devem possuir uma política que assegure que as futuras teses e dissertações sejam depositadas, depois de aprovadas, no repositório OA da instituição. A pedido dos estudantes que desejarem publicar o seu trabalho, ou obter uma patente relativa a uma descoberta patenteável, as políticas devem conceder períodos de embargo razoáveis, em vez de isenções permanentes.
1.3. Todas as agências de fomento à pesquisa, públicas ou privadas, devem ter uma política assegurando que versões com revisão por pares de todos os futuros artigos resultados da pesquisa financiada sejam depositados em um repositório adequado e disponibilizados em OA logo que possível.
Os depósitos devem ser realizados tão logo quanto possível, de preferência no momento da sua aceitação para publicação, e não após a data da publicação formal.
Quando os editores não permitirem o OA nos termos da agência de fomento, as políticas das agências de fomento devem exigir que os beneficiários procurem outro editor.
Se as políticas das agências de fomento permitirem períodos de embargo antes de um novo trabalho tornar-se OA, os embargos não devem exceder seis meses. As políticas não devem permitir quaisquer embargos para materiais aos quais não se aplica os direitos de autor.
As agências de fomento devem considerar os custos de publicação como custos de pesquisa, e devem apoiar os beneficiários a pagar taxas de publicação razoáveis, nas revistas OA que exigem o pagamento dessas taxas.
Quando possível, as políticas das agências de fomento devem requerer o OA livre (libre OA), preferencialmente nos termos de uma licença CC-BY ou equivalente.
Um repositório é adequado para este propósito quando proporciona OA, permite interoperabilidade com outros repositórios e toma medidas tendentes à preservação a longo prazo. A escolha da agência de fomento deve ser determinada por pesquisa corrente sobre questões como qual a escolha que melhor promova o depósito dos artigos abrangidos, a utilidade dos depósitos, a conveniência das agências de fomento e dos autores, e incentiva o maior crescimento futuro do OA.
1.4. Todas as políticas OA de universidades e de agências de fomento devem requerer o depósito num repositório adequado entre a data de aceite para publicação e a data de publicação. Os metadados devem ser depositados logo que estejam disponíveis e devem ser OA a partir do momento do depósito. O texto integral deve ser publicado em OA logo que o repositório tenha permissão para fazê-lo.
1.5. Desencorajamos o uso dos fatores de impacto das revistas como indicadores da qualidade das revistas, artigos ou autores. Encorajamos o desenvolvimento de métricas alternativas de impacto e qualidade que sejam menos simplistas, mais confiáveis e inteiramente abertas para uso e reutilização.
Na medida em que universidades, agências de fomento e programas de avaliação de pesquisa necessitem medir o impacto de artigos individuais, estas instituições devem usar métricas baseadas nos artigos de per si, e não em métricas baseadas na revista como um todo.
Encorajamos a realização de pesquisa sobre a precisão e exatidão das novas métricas. A medida que a pesquisa demonstre a sua utilidade e confiabilidade, encorajamos o seu uso por universidades (na avaliação para progresso acadêmico), agências de fomento (na avaliação dos candidatos a obtenção de financiamento), programas de avaliação da pesquisa (na avaliação do impacto da pesquisa) e editores (na promoção das suas revistas).
Encorajamos o desenvolvimento de materiais para explicar como os fatores de impacto das revistas têm sido mal utilizados, e como métricas alternativas podem servir melhor aos fins para os quais a maioria das instituições tem usado os fatores de impacto.
À medida que as métricas de impacto forem melhorando, encorajamos o aprofundamento de estudos sobre se o OA e as políticas OA aumentam o impacto da pesquisa.
1.6. As universidades que possuem um repositório institucional devem exigir o depósito no repositório de todos os artigos científicos que devam ser considerados na promoção daquele acadêmico, no seu curso profissional ou em quaisquer outras formas avaliação interna.
Da mesma forma, os governos que realizam avaliação de pesquisa devem requerer o depósito em repositórios OA de todos os artigos científicos sujeitos a análise para efeitos de avaliação institucional e nacional.
Nenhuma política deve ser interpretada no sentido de limitar outros tipos de evidência, ou de alterar os padrões de análise.
1.7. Os editores que não disponibilizem OA devem pelo menos permiti-lo através dos seus acordos formais de publicação.
Os editores devem abster-se de fazer lobby contra os governos que atuam no interesse público, e abster-se de fazer lobby contra as instituições de pesquisa que atuam de acordo com os interesses dos pesquisadores e da pesquisa. Os editores devem repudiar campanhas de lobbying realizadas em seu nome pelas suas associações profissionais ou comerciais contra o interesse público e o interesse dos pesquisadores e da pesquisa.
A minoria dos editores de revistas baseadas em assinaturas que ainda não permitem a adoção da estratégia da via Verde OA, por meio do depósito pelos autores, sem pagamento ou embargo, devem adotar a posição da maioria.
Relembramos que pesquisadores não necessitam trabalhar como autores, editores científicos ou revisores para editores que agem contra os seus interesses.
Dez anos após o BOAI…
Completados 10 anos do Budapest Open Access Initiative, um grupo de pesquisadores, bibliotecários, editores de revistas, formuladores de políticas se reuniram, no início deste ano e discutiram recomendações para os próximos 10 anos, além de reafirmar os propósitos firmados há cerca de 10 anos atrás, reitera a estratégia indicando recomendações para a implantação do Acesso Livre em todo o planeta. Neste link os leitores poderão ler as recomendações agraupadas em 4 ítens, conforme segue:
1) Políticas;
2) Licenciamento e Reutilização;
3) Infraestrautura e Sustentabilidade;
4)Promoção e Coordenação.
Enfim, neste BOAI-10 os líderes do movimento lançaram uma roteiro de boas práticas para consolidar o Acesso Livre no mundo.
O referido documento encontra-se me língua portuguesa (Brasil), graças ao trabalho desenvolvido por Carolina Rossini, diretora do International Intelectual Property, da Electronic Frontier Foundation. À Carolina os nossos agradecimentos pela realização deste trabalho.
Video sobre o Acesso Livre = Acesso Aberto =Open Access
Debates sobre o relatório FINCH tem sido um tema recorrente no meio científico ingês. Entretanto, trata-se de uma discussão envolvendo uma realidade inglesa mas, que não invalida tudo o que foi dito sobre as estratégias do Open Access. As opiniões de especialistas continuam válidas e a via Verde continua sendo a principal estratégia para que a comunidade científica tenha acesso à produção científica mundial.
Assistam a este vídeo:
O relatório FINCH aponta que solução?
A reação às recomendações preconizadas pelo Comitê FINCH, inicialmente positiva, demorou um pouco, mas, finalmente, coma a firme e consistente liderança de Stevan Harnad as coisas começam a se esclarecer, veja o que ele disse em seu blog e que se encontra traduzido abaixo.
“A web é destinada a se tornar o Humankind’s Creative Commons, onde o conhecimento digital é criado em conjunto e livremente compartilhado. Esse termo em inglês poderia ser traduzido como a Criação Comum da Humanidade. No entanto, o termo Creative Commons é um jargão da área do direito autoral que caracteriza um tipo de licença que facilita aos usuários utilizar um bem conforme os termos de uma licença Creative Commons. Assim, aquele termo em português ficaria melhor assim: Creative Commons da Humanidade.
O Reino Unido tem sido um líder no movimento global em direção ao Open Access (OA) à pesquisa científica mas, muito recentemente, a sua liderança tem sido descaracterizada pela influência conjunta do lobby da bem-intencionada indústria editorial externa, ao Reino Unido mas, prematura e contraproducente, ultrapassando-se o próprio movimento OA.
O resultado foi a extremamente contra-producente recomentação formulada pelo comitê FINCH – FINCH Comitee Recommendation – seguida por uma nova proposta de política, aderente ao OA, concebida pela RCUK – Research Councils United Kingdom que, minimiza o papel do auto-arquivamento, livre de custos, da produção científica (via Verde) em favor do pagamento de assinatura com dinheiro extra, portanto, inflacionando as assinaturas de periódicos científicos, superando os escassos fundos de pesquisa, em troca de simples artigos OA ( via “híbrido” Dourada). A motivação é reformar a publicação e obter certos direitos de reutilização mas, o provável efeito será a resistência do pesquisador, muito pouco OA, um desperdício dos escassos fundos de pesquisa e a perda da liderança mundial do Reino Unido no movimento OA.
Ainda há tempo para se consertar a política proposta por RCUK. Tentei descrever como e porquê.”
Pelo que se deduz, após toda essa discussão, a indústria editorial científica teve influência no relatório FINH, que recomendou ações que beneficiariam prioritariamente as iniciativas da via Dourada e desczaacterizou as inicitivas da via Verde, deixando os repositórios digitais institucionais para abrigar apenas os dados de pesquisa (Open Data) e literatura cinzenta. Os repositórios institucionais podem abrigar dados e literatura cinzenta mas, não serve apenas para isto.
Não podemos esquecer que Stevan Harnad vinha defendendo a implantação da estratégia da via Verde, como sendo a principal estratégia em direção ao Open Access e no qual se deveria depositar a produção científica das instituições de ensino e pesquisa. É preciso enfatizar que a estratégia da via Verde, no Brasil, coninua sendo a mesma, a de registrar e disseminar a produção científica da instituição que o hospeda. Que as nossas instituições não se deixem envolver por essas discussões no Reino Unido e, que continuem a popular os seus repositórios institucionais com a sua produção científica. Este é o caminho para atingir o Open Access à produção científica brasileira, assim como, para aumentar a visibilidade do que o Brasil produz em termos de pesquisa científica.
O relatório FINCH e suas repercussões
O jornalista e blogueiro Richard Poinder fez uma entrevista bem esclareccedora com o arquievangelista Steven Harnad sobre o relatório FINCH, leia a entrevista, em inglês, aqui.
A entrevista é longa e não será traduzida inteiramente neste espaço. Farei, no entanto, a tradução de parte da matéria de Richard Poynder que introduz a entrevista com Stevan Harnad.
Coforme escreveu, Richard Poynder, em matéria introdutória:
“Quando, em 16 de julho, próximo passado, o Research Councils of United Kindom (RCUK), publicou sua política atualizada sobre a acesso aos resultados de pesquisa científica (Policy on Access to Research Outputs) o movimento Open Access (OA) recebeu a notícia com entusiasmo. Este foi surpreendente: ao contrário das recomendações do controverso relatório Finch (publicado um mês antes), RCUK salientou que continuaria a ver tanto a via Dourada, estratégia OA para as publicações científicas, quanto a via Verde, estratégia OA baseada no auto-arquivamento, como estratégias similares em qualquer política de OA.
A via Dourada e a via Vverde são as duas estratégias definidas há oito anos atrás para se atingir o acesso livre à produção científica, quando o movimento OA nasceu, e são vistas como componentes essenciais em qualquer transição, bem sucedida, para o OA.
Por outro lado, o Relatório FINCH concluiu que a estratégia principal, a ser adotada, agora deveria ser a da via Dourada, quer através de revistas de acesso livre ou através de revistas híbridas, e que esta deve ser financiada por meio de taxas de processamento de artigo (APCs – Article Processing Charges).
Ao mesmo tempo, o relatório Finch reiterou que, era hora de rever a estratégia da via Verde do OA (a expressão utilizada por Richard Poynder é downgrade que significa regredir), e reduzir o papel dos repositórios institucionais para apenas fornecer acesso a dados de pesquisas e literatura cinzenta e auxiliar na preservação digital.
Em concordância com as propostas formuladas pelo relátório Finch, os defensores OA rapidamente concluiram que a política formulada por RCUK foi uma dádiva de Deus.
Stevan Harnad, defensor do OA de longa data, e auto-denomindo arqui-evangelista, foi um dos primeiros a aplaudir a nova política. Harnad, aliviado, começou a inundar as listas de discussão com mensagens parabenizando RCUK por estabelecer uma uma política que não só desafiou o relatório Finch, mas foi mais forte do que sua política atual relativa ao OA.
Mas, como definiu Harnad, ao falar da política, e buscando convencer os mais céticos e incrédulos, ele mesmo começou a ter dúvidas. E, finalmente, ele chegou à conclusão de que não havia outra opção senão a de retirar o seu apoio à política do RCUK – que agora ele a caracteriza como “autista”, e um “tolo, desperdiçado e contraproducente passo à trás”.
Como é que, o que à primeira vista, parecia tão desejável rapidamente tornou-se algo tão terrível? Curioso para descobrir, entrei em contato com Harnad, que me deu uma entrevista, via email e que pode ser lida no seguinte link.”
Por motivos de caráter pessoal, não farei a tradução da entrevista. Mas, ao longo desta materia, o leitor tem todos os links necessários para ter acesso à referida matéria.