Blog do Kuramoto

Este blog se dedica às discussões relacionadas ao Open Access

Três importantes anúncios relacionados ao OA no Reino Unido

No último dia 16 de julho, de acordo com Peter Suber, o Reino Unido fez três anúncios com relação à sua política de Acesso Livre. O primeiro  anúncio feito  pelo RCUK, Research Councils of United Kindom, diz respeito a uma nova política substituindo aquela adotada em 2006.  Esta nova política entra em vigor a partir de 1⁰ de abril de 2013.

Vejam o guia para acompanhar a nova política, em:

http://www.rcuk.ac.uk/documents/documents/Guidance_for__the_RCUK_policy_on_Access_to_Research_Output.pdf.

Em seguida, David Willetts, ministro das Universidades e da Ciência do Reino Unido, disse que adotou a maioria das recomendações preconizadas pelo grupo  FINCH, coordenado por Janet Finch. Seguem as respostas de Willets às recomendações preconizadas pelo referido grupo:

http://www.bis.gov.uk/news/topstories/2012/Jul/government-to-open-up-publicly-funded-research
http://news.bis.gov.uk/Press-Releases/Government-to-open-up-publicly-funded-research-67d1d.aspx
http://www.bis.gov.uk/assets/biscore/science/docs/l/12-975-letter-government-response-to-finch-report-research-publications.pdf

O relatório FINCH recomenda: “Accessibildade, sustentabilidade, excelência: como expandir o acesso às publicações de pesquisa: Rlatório do Working Group on Expanding Access to Published Research Findings” June 2012

http://www.researchinfonet.org/publish/finch/
http://www.researchinfonet.org/wp-content/uploads/2012/06/Finch-Group-report-FINAL-VERSION.pdf

Finalmente, o Higher Education Funding Council for England (HEFCE) anunciou planos para solicitar  OA às pesquisas submetidas ao próximo Research Excellence Framework (REF) em 2014.

Veja o anúncio do HEFCE, em 16 de Julho de 2012:

http://www.hefce.ac.uk/news/newsarchive/2012/name,73613,en.html.

Enfim, este texto foi extraido do blog do SPARC. Infelizmente ou felizmente ele é muito longo e tomei a liberdade de não traduzí-lo e tentar trazer esta matéria dentro da maior brevidade possível, ainda que esteja em língua inglêsa.

Apenas para que os leitores tenham uma idéia da estensão da matéria, Peter Suber dividiu o referido post em capítulos, conforme segue:

1. Three major OA announcements from the UK on the same day
2. Some recent history as context for these announcements
3. Basics of the new RCUK policy
4. Basics of the Finch recommendations
5. General agreement between the RCUK policy and Finch recommendations
6. Appreciation of the large-scale shift to OA in the UK
7. Some consequences for journals and authors
8. Responding to publisher fears of green OA
9. Objections and recommendations
10. Announcements from Europe the day after the UK announcements

O capítulo 1 refere-se à todo o presente post que é apresentado aqui.

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setembro 3, 2012 Posted by | artigo | , , , , | Deixe um comentário

Open Access Week

Divulgo abaixo uma série de links recomendados pela Profa. Chloe Furnival da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que gentilmente encaminhou um email sugerindo, a quem esteja interessado em acompanhar esses eventos sobre OA no mundo e, eventualmente, esteja interessado em conhecer sítios que oferecem o acesso livre a diversas fontes de informação, seguem os links abaixo:

Site Oficial da SPARC:
http://www.openaccessweek.org/
http://www.arl.org/sparc/

Uma geração que aposta no OA no Brasil
http://kuramoto.blog.br/2011/10/20/uma-geracao-que-aposta-no-oa-no-brasil/

Acesso Aberto USP
http://www.acessoaberto.usp.br/

Semana de Acesso Aberto em Portugal:
http://www.acessolivre.pt/semana/

NECOBELAC:  Uma rede de colaboração entre os países Europeus e Latino Americanos e Caribe.
http://www.necobelac.eu/pt/index.php
Mapa mundial de actividades de la Semana de Acceso Abierto 2011
http://www.grandir.com/es/descargas/mapa-de-actividades-oaw2011/numero-de-actividades-por-pais

Diretório de Revistas Científicas em Acesso Aberto (DOAJ):

http://www.doaj.org/doaj?func=byCountry&uiLanguage=en

Lista de Repositórios institucionais (em acesso aberto) por país:

http://www.opendoar.org/countrylist.php

Políticas Institucionais e de agencias de fomento que promovem o acesso aberto:

MELIBEA e Roarmap.

Faça sua busca no BioMed Centra – um dos mais importantes repositorios de acesso aberto em saúde – com “author affiliation” = a sua instituição (fiz com UFSCar):

http://www.biomedcentral.com/search/

Peter Suber (prof da Universidade de Harvard) – Open Access Overview
http://www.earlham.edu/~peters/fos/overview.htm

EBooks

Uma seleção de alguns serviços gratuítos: 

Coleção Propg Digital 2011 UNESP:

http://www.culturaacademica.com.br/

Project Gutenberg

http://www.gutenberg.org/

Penn University EBooks

http://onlinebooks.library.upenn.edu/archives.html

Haithi Trust Digital library

http://www.hathitrust.org/

Material “out of copyright” de todos os campos disciplinares

Gallica

http://gallica.bnf.fr/

Electronic Library da Bibliotheque Nationale

China US million book digital library Project http://www.cadal.zju.edu.cn/IndexEng.action

Teses e dissertações:

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

http://bdtd.ibict.br/

EThOS

http://ethos.bl.uk/About.do

Dart Europe

http://www.dart-europe.eu/basic-search.php

Networked Digital Library of theses and Dissertation

http://www.ndltd.org/find

À profa. Chloe Furnival os nossos agradecimentos por este presente.

outubro 25, 2011 Posted by | artigo, Evento | , , , , , | 2 Comentários

OA não depende e não viola a lei do copyright

Não custa reiterar, aliás o que abunda não prejudica. Portanto, farei ainda que tardiamente, um breve resumo do texto traduzido e publicado neste blog em três posts e que discute a relação e o impacto que a lei do copyright poderia ter nas iniciativas do OA.

A primeira parte do texto de Peter suber, Open Access and Copyright, publicado neste blog sob o título: OA: Mitos e Verdades IV. Nesta parte, Peter mostra que a suposição de que o OA violaria a lei do copyright prejudicou, de forma decisiva, maior adesão ao movimento. Nesta parte ele inicia a apresentação de uma serie de fatores para explica todo esse cenário. É mostrado, por exemplo, que algumas modalidades de licença como o “fair use” ou uso justo e o Domínio Público não são suficientes para autorizar o OA. Nesta parte, aparecem os termos OA gratis e OA livre. Que de certa forma trás de volta a discussão entre o uso da tradução Acesso Aberto e Acesso Livre. Nunca havia atentado para o uso dessas expressões. O OA gratis preconiza o acesso livre de custos, enquanto o OA livre preconiza o acesso e uso dos resultados livre de licenças ou contratos de copyright.

Na segunda parte do texto traduzido e publicado no blog sob o título de OA: Mitos e Verdades V, Peter continua expondo os fatores para esclarecer a controvérsia inicialmente apresentada e chega à conclusão de que somente o detentor dos direitos de autoria pode efetivamente autorizar o OA. Peter mostra que a maioria dos editores (64%) de revistas acessíveis via o pagamento de assinaturas aceitam o depósito de artigos publicados em suas revistas e que o número de revistas OA vem crescendo ao longo desses 10 anos de OA. Ou seja, tanto a estratégia da via Verde quanto da via Dourada tem se fortalecido aos longos desses anos.

Na terceira e última parte do texto traduzido e publicado no blog sob o título: OA: Mitos e Verdades VI, Peter mostra de forma convincente que o OA não depende e nunca promoveu a violação da lei do copyright, inclusive, afirmando que “O movimento do OA não precisa, e não deve, apoiar táticas que dependem de violação deliberada ou de uma rápida violação do copyright.”

Além disso, reitera que o OA não depende de nenhuma reforma na lei do copyright, mas aponta algumas sugestões para a sua melhoria.

agosto 18, 2011 Posted by | artigo | , , , , , , , , | Deixe um comentário

OA: Mitos e Verdades VI (Open Access e Copyright, última parte)

Esta é a última parte do texto de Peter Suber, Open Access and Copyright, cuja tradução segue:

(9) A maioria das revistas OA (78%) não oferecem o OA livre. Ou seja, eles publicam sob a lei do copyright. Mas, não permite o uso além do “uso justo”.

Quando eu chequei na semana de 24 de junho de 2011, 1.448 dos 6.647 periódicos constantes no sítio DOAJ, ou 21,8%, usam algum tipo de licença CC.

http://www.doaj.org/?func=licensedJournals

Na mesma data, 747 ou 11,2% tinham o Selo de Aprovação do SPARC-Europa, que requer CC-BY.

http://www.doaj.org/?func=sealedJournals

Os repositórios OA, raramente, estão em condições de obter as permissões necessárias para o OA livre. Por isso, não podemos criticar ou queixar-se quando a maioria de seus depósitos são gratis, não livre. Mas as revistas OA podem facilmente obter as permissões necessárias para o OA livre. Quando elas não oferecem o OA livre, elas não têm desculpa. Esta é uma das maiores oportunidades perdidas pelo movimento OA até o momento.


http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/10-02-09.htm#2

Hoje a maioria do OA livre seguem a estratégia da via Dourada OA. Mas, infelizmente, não é ainda o caso de dizer que a estratégia da vida Dourada do OA é OA livre. Infelizmente, não está nem mesmo perto.

(10) O OA não depende de reformas do copyright, e muito menos da violação ou supressão desses direitos. No entanto, o OA se beneficiaria com reformas do tipo certo e muitas pessoas dedicadas estão trabalhando nelas.

Por exemplo, vejam abaixo algumas reformas no copyright que poderiam ajudar a causa:

• Encurtar o prazo do direito de autor, ou pelo menos impedir que se torne ainda mais longo cada vez que o Mickey Mouse esteja prestes a cair em domínio público;
• Impedir a extensão retroativa do copyright para trabalhos em domínio público.
• Permitir o OA a trabalhos órgãos, com a exigência de tombamento se o detentor dos direitos se adianda e reclama.
• Permitir contornar o uso do DRM em busca de não violar o uso.
• Reconhecer que alguns trabalhos criativos gerem receitas para os criadores, e outros não, e que os criadores do primeiro tipo são prejudicados pela cópia não autorizada, enquanto criadores do último tipo são prejudicados pela proibição padrão de copiar. Ou seja, parar de provocar danos colaterais à literatura livre de royalty na guerra contra a perda de receita.
• Permitir a estratégia da via Verde do OA, pelo menos para a literatura livre de royalty, dentro de um certo tempo após a publicação, independentemente do contrato que o autor assinou com a editora.
• Permitir a digitalização e indexação para consulta sem permissão quando resultar em nenhuma divulgação, ou quando a divulgação é composta de nada mais do que trechos em “uso justo”.
• Faça as penalidades para cópias piratas (falsa alegação de copyright), ser, no mínimo tão graves quanto as penas por violação, ou seja, levar a diminuição de ilícitos cometidos na circulação de idéias, pelo menos, tão a sério quanto o aumento de ilícitos cometidos na circulação de idéias.
• Apesar de o OA beneficiar-se de algumas dessas reformas, o OA, de fato, não requer nenhum deles. OA é compatível com o copyright como ele é hoje, apesar do grotesco desequilíbrio em favor dos editores. O OA não precisa esperar pela reforma do copyright e não esperou. Por quê? Porque basta o consentimento do detentor do copyright, e e os titulares destes está consentindo em número crescente.

(11) O movimento OA não precisa, e não deve, apoiar táticas que dependem de violação deliberada ou de uma rápida violação do copyright.

Eu especifiquei as razões em um post no blog em setembro de 2009:

http://www.earlham.edu/~peters/fos/2008/09/guerilla-oa.html

Eu não aceito que o avanço do OA por meio de violações deliberadas da lei do copyright faria mais bem do que mal. Tenho três razões básicas: (1) OA já é legal e não requer a reforma ou violação da lei do copyright, mesmo se pudesse dar um salto com as reformas certas. (2) os ativistas do OA jamais compactuariam com os fundos da indústria da publicação por meio de litígio. (3) Um dos equívocos mais persistentes e prejudiciais ao OA é que ele viola a lei do copyright. Percorremos um longo caminho para educar os dirigentes e políticos sobre o mal entendido …. Uma campanha para dar ao lobby da publicação suas primeiras provas válidas que o OA viola a lei do copyright é a última coisa de que precisamos.

Para ver mais detalhes, veja Not Napster para a ciência (Outubro de 2003):

http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/10-02-03.htm#notnapster

(12) Os editors têm o direito de recusar publicar algum trabalho por qualquer razão. Isto é bom e nós todos deveríamos celebrá-lo. Sem este direito fundamental, publicar seria uma arma de propaganda do estado, e toda publicação perderia credibilidade.

No entanto, este direito fundamental não tem nada a ver com o copyright. Se tivéssemos de identificar a sua base jurídica, nos EUA, poderiamos apontar para a Primeira Emenda e à liberdade de imprensa, ou a décima terceira emenda da abolição da escravatura.

É esse direito de fundo, não o copyright, que permite aos editores que discordam da política OA do NIH recusar a publicar autores cujas pesquisas são financiadas pelo NIH. Mas, como observou o ítem #6, todas as editoras pesquisadas concordam com a política OA do NIH.

A relevância deste direito de fundo para a lei do copyright é estratégica, mas não legal. As políticas OA vão muito longe ou muito rápido pode encontrar este tipo de pushback de editoras. Por exemplo, a estratégia da via Verde do OA, mandato livre, (em oposição a um mandato verde OA “gratis”) pode simplesmente provocar rejeições do editor da obra coberta, o que prejudicaria autores e não avançar o OA. No entanto, quando as grandes organizações ou muitas pequenas organizações adotam políticas fortes, os editoras têm poucas escolhas para acomodá-los.

Se eles se opõem a uma política de retenção de direitos, como a política OA do NIH, eles não podem fundamentar suas oposição com base na lei do copyright. Mas se quiserem, eles podem fundamentar a sua oposição no direito de fundo e recusar a publicar qualquer trabalho por qualquer motivo. Eles não têm a facilidade de opt-out de decidir em torno de sua mesa de sala de conferências, que irão retirar consentimento a OA. Eles só têm a difícil opt-out de se recusar a publicar autores cujos pesquisas são financiadas pelo NIH. Se não exercer esse direito fundamental, então eles devem admitir que eles optaram por não, e eles não devem permitir que seus advogados e lobistas, que deveriam conhecer melhor, finjam que a política é uma violação permanente do direito de autor

http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/10-02-08.htm#nih

agosto 17, 2011 Posted by | artigo | , , , , , , , , | 3 Comentários

OA: Mitos e Verdades V (Open Access e Copyright)

Este quinto post é continuação do texto de Peter Suber Open Access and Copyright traduzido para o português.

(5) Os autores são muito mais propensos a aderir ao OA do que as editoras convencionais. Isto pode não ser verdadeiro para a literatura, em geral, mas é verdade para artigos de periódicos científcos. Em parte. porque revistas científicas não pagam os autores. Por isso, os autores de artigos publicados nessas revistas podem concordar com o OA sem perder receita. Outra parte, relacionada à explicação é que esses autores escrevem para obter impacto e não por dinheiro, e o OA aumenta o seu impacto, ampliando seu público.

http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html

Consequentemente, a melhor estratégia para obter a adesão ao OA do detentor de copyright é: (1) manter os direitos fundamentais nas mãos dos autores, ou (2) transferir direitos para editores de revistas OA, em vez de para editores de revistas TA, ou (3) obter a permissão dos autores “antes” destes transferirem os direitos para editores de revistas TA. A pior estratégia é transferir os direitos chave para uma corporação que não permitirá OA e depois esperar para obter a permissão.

(6) Por razões semelhantes, é mais fácil obter o consentimento do detentor dos direitos autorais ao OA para a literatura ainda não publicada, que para a literatura já publicada. Quando buscamos o consentimento ao OA para a literatura futura, pedimos aos autores antes de transferir quaisquer direitos para os editores, os autores são mais propensos a consentir que os editores. Quando buscamos o consentimento para a literatura do passado, usualmente tem-se que pedir o consentimento ao OA para os editores, não para os autores.

Quando colocamos os ítens #4-6 juntos, vemos a sabedoria das políticas OA de retenção dos direitos. Financiadores como o Wellcome Trust e NIH exigem que os bolsistas retenham o direito não exclusivo de autorizar OA para artigos futuros decorrentes das concessões ou financiamento à sua pesquisa. Corpo docente de universidades como Harvard e MIT votam a concessão à sua instituição o direito não exclusivo de fazer seu trabalho futuro OA, embora com um fácil método de recusa.

Ambos os tipos de política obtêm permissão dos autores, quando os autores são ainda os titulares dos direitos. Ambos obtêm a permissão para o futuro, de trabalhos ainda não publicados, funciona ao invés de passado, trabalhos já publicados.

(7) A retenção dos direitos funcionam melhor quando os autores não agem sozinhos.

Os autores podem tentar isoladamente reter os direitos chave para o seu trabalho ainda não publicado, mas nem sempre é fácil ou bem sucedido. Se eles não têm a ajuda de políticas OA de agências de fomento ou de universidade para apoiá-los, pelo menos eles têm a ajuda de um advogado que elaborou os adendos aos contratos de sua publicação. Os adendos do autor podem ajudar a encaminhar modificações solictadas em contrato em linguagem precisa e legalmente aplicáveis.


http://oad.simmons.edu/oadwiki/Author_addenda

Mas, adendos de autor são meramente propostas de alterações contratuais que os editores podem pegar ou largar, e autores individuais têm menos poder de barganha do que as agências de fomento ou universidades. Editores rejeitam adendos de autor mais frequentemente do que recusam a publicar trabalhos de autores sujeitos a mandatos institucionais OA.

Pelo contrário, todas as editoras pesquisadas acomodam políticas de retenção de direitos no NIH, mesmo se eles pagam lobistas para se oporem e até mesmo se eles têm um direito inquestionável (# 12) de se recusar a publicar um autor financiado pelo NIH. Este é um dos argumentos mais fortes para mandatos OA de retenção de direitos de agências de fomento e universidades.

http://oad.simmons.edu/oadwiki/Publisher_policies_on_NIH-funded_authors

(8) Muitos editores de revistas TA, 64%, já concordam com a estratégia da via verde do OA gratis. Mas, nós queremos o OA para todos os artigos, independentemente de onde o autor escolhe publicar. E nós queremos o OA independentemente de como os editores possam modificar sua política de acesso no futuro. Esta são as razoes pelas quais universidades e agências de fomento exigem a retenção dos direitos, ou pelo menos fazer a reteção dos direitos o novo padrão.

Consulte o banco de dados do projeto SHERPA/RoMEO e sua página de estatísticas para ver as revistas e editores que concedem permissão avançadas para a estratégia da via Verde do OA gratis.

http://www.sherpa.ac.uk/romeo.php
http://www.sherpa.ac.uk/romeo/statistics.php

Além da via Verde do OA, mais e mais editores estão experimentando a estratégia da via Dourada do OA. A página do projeto SHERPA, atualmente, lista 92 editores oferecendo a opção híbrida do OA, incluindo todos os maiores editores.

http://www.sherpa.ac.uk/romeo/PaidOA.html

Neste ponto, faremos uma interrupção para em seguida publicar a última parte do texto. Caso tenha aguma dúvida deixe o seu comentário.

agosto 17, 2011 Posted by | artigo | , , , , , , | 1 Comentário

OA: Mitos e Verdades IV

Existem como vem sendo apresentado diversos mitos e diversas verdades a respeito do OA. Falta discutir a questão do copyright no contexto do Open Access. Considerando que não sou especialista e tambpouco estudioso da questão relacionada ao copyright, apresentarei ua tradução de um texto muito bem estruturado escrito por Peter Suber, o líder de uma revolução sem líderes, intitulado: Open Access and Copyright. É um texto muito interessante e também de difícil tradução, além de ser muito longo. Por este motivo dividirei este post em três partes, que serão publicados nos próximos dois dias. Quero aproveitar para fazer um agradecimento de público ao Peter Suber pela gentileza de consentir essa tradução.

Antes de dar início ao post, gostaria de salientar o aparecimento de dois termos: OA gratis e OA livre. O OA gratis refere-se ao acesso à informação científica livre de custos (custo = zero reais ou dolares). O OA livre refere-se ao acesso à informação livre de barreiras de licenciamento ou contratos. Passo, doravante a reproduzir a primeira parte do texto Open Access and Copyright.

Desde o início, OA lutou contra a suposição generalizada de que deveria violar as leis de direitos autorais. Mas esta tem sido uma luta contra esta percepção, não é a realidade. Na verdade, não violar sempre foi mais fácil do que ficar fora dessa falsa suposição e dos danos que isto causou.
http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/10-02-08.htm#nih
http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/03-02-09.htm#conyers
A suposição fez com que alguns autores tivessem medo do OA. Esta suposição dificultou algumas instituições comprometer-se com o OA. Tem desnecessariamente enfraquecido algumas políticas OA, por exemplo, criando brechas para editores dissidentes. Isto foi mesmo um pretexto desonesto para uma legislação ruim.

Existem métodos à prova de bala para os editores e repositórios OA, para evitar problemas relacionados com a lei do copyright. Estes métodos são mais conhecidos hoje do que eram há cinco anos atrás, mas ainda lutamos contra o mesmo pressuposto falso, o mesmo medo, o mesmo alvoroço, a mesma capitulação desnecessária, e a mesma desonestidade. Aqui está uma tentativa de esclarecer a situação em uma dezena de proposições.

(1) O “fair use”, ou “uso justo”, não é suficiente para autorizar o OA. O OA gratis excede o uso justo através da distribuição de um trabalho, texto integral, para uma audiência mundial. O OA livre excede o “uso justo” ao permitir que os usuários do trabalho excedem o “uso justo”.

http://www.earlham.edu/~peters/fos/newsletter/08-02-08.htm#gratis-libre

Esclarecer o “uso justo”, empurra o envelope em “uso justo”, e expandir o “uso justo” são desejáveis. Mas eles são insuficientes para autorizar o OA.

Observe que o “fair use” também não é suficiente para autorizar o TA (acesso por meio de assinaturas) tampouco.

(2) O Domínio público (DP) é mais que suficiente para autorizar OA. Mas ele só autoriza OA para trabalhos que estão sob domínio público, e a maioria das obras para as quais queremos OA estão sob a lei do copyright. Assim, na maioria das vezes o DP também não é suficiente.

Proteger o domínio público (DP), impedindo os direitos autorais retrospectivos (pirataria do DP), e expandindo o DP são desejáveis. Mas eles são insuficientes para o OA a trabalhos protegios pela lei do copyright, uma categoria que abrange quase todos os artigos sobre novos resultados de pesquisas.

Observe que o DP também não é suficiente para autorizar a publicação TA convencional que também estão sob a proteção da lei do copyright.

(3) Se o “uso justo” e o DP não são suficientes para autorizar o OA para o texto integral sob a lei do copyright, então precisamos da permissão do detentor do copyright.

Observe onde chegamos. OA para texto completo de obras sob copyright evita violar, exatamente, da mesma maneira, que a publicação TA convencional evita violar. Para o trabalho suficientemente velho, OA e TA pode confiar no DP. Para trabalhos mais recentes, sob copyright, eles contam com o cessão do detentor do copyright.

Se um jornal publica um novo artigo, sem a permissão do autor, ele está violando o copyright, seja a revista OA ou TA. O acordo de publicação é o meio pelo qual o autor, como detentor do copyright original, concede a permissão para o editor. Detentor do copyright libera o editor para continuar sem responsabilidade ou medo de responsabilidade.

As revistas OA, assim como as revistas TA, fazem contratos com os autores para assegurar a permissão necessária e eliminar a violação do copyright. Os repositórios OA obtém permissão dos detentores do copyright também. Embora, isto signifique obtê-la dos autores antes deles transferirem os direitos para a revista, e algumas vezes ele o obtém dos editores após estes adquirem os direitos dos autores.

(4) Autores de novos trabalhos são os detentores do copyright até ou, a menos que, eles o transfiram para uma outra pessoa, como por exemplo, o editor. Os editores somente detêm os direitos que os autores voluntariamente transferem para eles.

Este é o segundo ponto em que a pernicosa suposição generalizada erra. Ela pressupõe que os editores sempre mantêm todos os direitos. Um terceiro erro relacionado é pressupor que os editores costumam usar os direitos que detêm para se opor ao OA.

Em princípio, os editores não possuem quaisquer direitos. Mesmo depois de assinados contratos, os autores podem reter alguns direitos e transferí-los a outros. E mesmo depois de os editors adquirirem direitos de autores, muitos editores optam por permitir o OA. Na verdade, a maioria dos editores das revistas TA pesquisados permitem a estratégia verde do OA e um número crescente de editores vêm experimentado a via Dourada do OA (leia mais no ítem 8).

Infelizmente, devido ao tamanho excessivo do texto, este post se encerra aqui. Um segundo post, continuação deste, será publicado amanhã, dia 17/08/2011. Em caso de dúvidas, por gentileza, deixe o seu comentário.

agosto 17, 2011 Posted by | artigo | , , , , , , , , | 1 Comentário

Última parte da síntese da entrevista de Peter Suber

Nesta parte final da entrevista de Peter Suber ao jornalista Richard Poynder, ele fala sobre as revistas OA, especialmente das revistas que utilizam o modelo PLoS ONE. É um tema interessante a estudar, tendo em vista, que este modelo poderá contribuir para que as revistas brasileiras tornem-se auto-sustentáveis. Vejam o que diz Peter Suber.

PLoS ONE é um modelo importante para uma revista revisada por pares, mesmo em um contexto de outras revistas revisadas por pares OA. O rápido crescimento de revistas que utilizam modelo similar ao do PLoS ONE é um desenvolvimento significativo na área de publicação de revistas em geral, especialmente à luz do fato de que algumas das revistas clones do PLoS ONE, eram, antes, os críticos mais duros do modelo PLoS ONE.

Em qualquer ciência, onde há algum consenso profissional sobre metodologia, faz sentido separar a solidez metodológica da importância e se concentrar na solidez da revisão da pré-publicação. Tentar superar a importância, assim como o crescimento da solidez no tempo e no custo da revisão por pares introduz um elemento subjetivo no juízo editorial.

A importância é melhor julgada por toda a comunidade na discussão aberta após a publicação do que por alguns pares em privado antes da publicação. Os riscos são maiores do que possa parecer, uma vez que a revisão da pré-publicação leva mais tempo do que temos de esperar para que o artigo revisado se torne OA.

O modelo se espalhará porque ele é menos dispendioso que a tradicional revisão por pares. Pode até mesmo ter se iniciado porque é menos dispendioso que a tradicional revisão por pares. Eu gosto da idéia de economizar dinheiro, especialmente em revistas OA. Mas, a minha visão pessoal, é que a redução dos custos é um argumento mais fraco a seu favor que sua velocidade e foco sobre questões passíveis ao jugamento científico.

Eu concordo com Stuart Shieber que o modelo PLoS ONE está atraindo alguns editores de alto prestigio para o mundo da estratégia da via Dourada do OA, o qual crescerá o número de títulos OA de alto prestígio. Eu também concordo que o núemro de novos clones PloS ONE aumentará a competição entre os autores, que tenderá a melhorar em termos, por exemplo, de uma menor taxa de publicação e licenças menos restritivas.

Eu também concordo com Phil Davies que se o PloS continua a conceder isenção de taxas sem ser pedido, e se o novo clone PLoS ONE não, então PloS poderia ver um aumento constante no número de autores indigentes, subtraindo qualquer economia que atualmente se possa perceber a partir do modelo. Eu não vejo uma boa solução para este problema, a não ser fazer o caso que todas as revistas com base em taxa OA, incluindo os novos clones, deve oferecer isenção de taxas em casos de dificuldades econômicas. Mas eu não espero que o argumento sobrecarregue os editores que querem maximizar os lucros e minimizar a estabilidade financeira de um rival.

Como o OA provará ser a forma mais barata de publicar artigos acadêmicos que o modelo tradicional?
Há boas razões para achar que uma publicação OA custe menos, e continuará custar menos que as publicações baseadas em assinaturas no mesmo nível de qualidade. Há vários estudos indicando isto.

Entretanto, há também quem conteste a conclusão, geralmente sem evidências ou com evidências equivocadas, tais como a experiência de editores gigantes com sobrecargas do legado da idade de impressão e assinaturas. Fico feliz em deixá-lo uma questão empírica e esperar por dados mais decisivo a surgir. Mas minha hipótesevbaseada em evidências atuais é que a publicação OA vai custar menos. ”

julho 13, 2011 Posted by | Entrevista | , , , , | Deixe um comentário

Peter Suber fala sobre o estágio atual das iniciativas OA

Conforme comentei em um post anterior, apresentarei nestes próximos posts apenas uma síntese da entrevista realizada pelo jornalista Richard Poynder com Peter Suber, um dos mais importantes defensores do Open Access (OA). Aqueles que tiverem dificuldades para entender a síntese que apresentarei poderão ler um artigo que publiquei recentemente no Jornal da Ciência.

Peter Suber foi um dos pesquisadores que contribuíram para o surgimento do OA. E, esta talvez seja a mais importante entrevista já realizada sobre o OA, tendo em vista que, Suber explica a situação atual das estratégias e iniciativas do OA. Leiam a síntese a seguir.

Por quê e para quê OA?

Os autores precisam do OA para alcançar todos os leitores que poderão construir seu trabalho, aplicá-lo, estendê-lo, citá-lo ou fazer uso dele. Leitores precisam do OA para encontrar e recuperar todas as coisas que eles precisam ler e processar tudo que eles necessitam processar.

O OA não é meramente um compartilhamento de conhecimentos. Ele acelera a pesquisa visto que ajuda o autor e o leitor encontrar-se mutuamente. Ele é compatível com intermediários mas não é compatível com intermediários que levantam as barreiras contra o acesso para manter os autores separados dos leitores.

Basicamente nós precisamos do OA para resolver o sério problema de acesso que dificulta aos pesquisadores, tanto os autores quanto os leitores. Mas, nós também precisamos agarrar essa bela oportunidade oferecida pela Internet, especialmente a oportunidade para distribuir cópias perfeitas de artigos revisados por pares junto à audiência mundial a um custo marginal igual a zero.

Sobre a situação atual da estratégia verde OA:

Para mim, não há simplesmente uma linha de chegada para o OA. Mas, nós estamos nos aproximando rapidamente do ponto onde a via verde do OA torna-se o padrão para os artigos resultados das novas pesquisas, mesmo se ela coexiste com o acesso pago (ou acesso mediante pagamento de assinaturas) das revistas cientíicas tradicionais. A via verde do OA já é o padrão para a área da física em todo o mundo, e para a medicina na América do Norte, por diferentes razões.

O ritmo do progresso varia de área do conhecimento para área do conhecimento e de país para país, mas a direção do progresso é o mesmo em todo os lugares. A curva é ascendente em qualquer lugar. E a razão é a mesma em quase todos os lugares, ou seja, o forte crescimento das políticas aderentes à via Verde do OA, adotadas por agências de fomento e univesidades. Algumas políticas são fracas e tem pouco efeito, mas a distribuição de fortes políticas está definitavamente ampliando o volume mundial de resultados de pesquisa acessíveis livremente.

Sobre a atual situação da via Dourada:

Nós estamos fazendo progresso também nesta estratégia. O número de revsistas com revisão por pares OA está crescendo rápidamente, tanto as novas revistas OA quanto as revistas existentes que são acessíveis por meio de assinaturas convertidas para OA. Há mais revistas OA dando lucro. Existem mais revistas OA ganhando reputação pela sua alta qualidade, importância e prestígio.

Existem mais experimentos com diferentes modelos de negócio para revistas OA em diferentes nichos e mais reconhecimento de que há muitos diferentes modelos de negócios a experimentar. Há mais universidades e agências de fomento dispostos a pagarem pelas taxas de publicação para revistas OA cujos modelos de negócios se baseiam no pagamento dessas taxas – e, , esses números estão crescendo mesmo em uma profunda recessão.

Há mais reconhecimento de que o apoio a revistas OA é um investimento em nível superior ao suporte à pesquisa, pesquisadores, instituições de pesquisa, e revisão por pares. Mais revistas OA estão documentando que sua conversão para o OA aumentou o número de submissões e impacto na citação.

O crescimento no número de conversão de revistas, baseadas em assinaturas, para OA, em meu entendimento, sugere que os editores de pequeno e médio porte estão começando a ver o OA menos como uma ameaça e mais como uma estratégia de sobrevivência. Os grandes negócios estão absorvendo os orçamentos das bibliotecas, o orçamento das bibliotecas são estáticos ou decrescentes, e revistas excluídas dos grandes negócios têm pouco futuro em modelos baseados em assinaturas.

De fato, eu vejo um maior reconhecimento de que o modelo baseado em assinaturas é insustentável em um mundo no qual o volume de conhecimento publicado cresce rapidamente, e os preços de assinaturas cresce mais rápido que os orçamentos das bibliotecas e a inflação.

Eu vejo mais agências de fomento e governos – não apenas bibliotecas e universidades – chegando à conclusão de que a barreira do preço a esta critica e útil literatura criam espaços danosos ao acesso e minam os investimentos públicos em pesquisa e revisão por pares. Estas instituições têm se comprometido com a estratégia da via Verde, mas elas também estão se comprometendo de forma crescente com a estratégia da via Dourada também.

Segue a mensagem de Suber aos editores que se mantêm contra o OA, especialmente aqueles que fazem lobby contra os mandatos de auto-arquivamento (depósito):

“Eu diria que eles devem aceitar a legitimidade de exigir OA à pesquisa que recebe financiamento público e concentrar suas objeções sobre a duração do embargo permitido. Se não, eles estão colocando seus interesses privados à frente do interesse público e exigindo que os órgãos públicos façam o mesmo.

“Se eles não se opõe aos mandatos da via Verde do OA para as pesquisas com financiamentos públicos e apenas resistem à idéia de converter as revistas, baseada em assinaturas, para revistas OA por si só, então eu não tenho nenhuma objeção. Mas eu devo exortá-los a permitir que o autor seja iniciado à estratégia verde do OA. Eu devo exortá-los a estudar a estratégia da via Dourada para os editores que estão pagando suas contas e fazendo lucros e estudar a real sustentabilidade do modelo de negócio baseado em assinatura em um mundo de crescimento rápido das pesquisas e orçamentos estacionários ou decrescente das bibliotecas. Mas a escolha é deles, e eu nunca quis que a política do governo fosse além da regulação dos subsídios para a regulação dos editores.

“Para mim, o recado aos editores cujo modelo de negócios de suas revistas é baseado em assinatura tem 4 pontos: em primeiro lugar, permitir a estratégia verde do OA. Em segundo lugar, estudar a estratégia Dourada do OA. Terceiro, não agir da mesma maneira como órgãos públicos agem no interesse público. Quarto, não agir da mesma maneira como pesquisadores e instituições de pesquisa agem no interesse da pesquisa.”

julho 7, 2011 Posted by | Entrevista | , , , , , , , | 1 Comentário

Quem é esse líder da revolução sem líderes, Peter Suber?

Peter Suber

Antes de apresentar os posts relativos à síntese da entrevista de Peter Suber ao jornalista Richard Poynder, é preciso conhecer o personagem. Leiam a seguir.

O que é notável sobre o movimento acesso aberto (OA) é que apesar de não ter uma estrutura formal, nenhuma organização oficial, e nenhum líder nomeado, o movimento provocou uma transformação radical no sistema de comunicação científica que pouco mudou em 350 anos de vida. Mais notavelmente, ele demonstrou que não é mais racional, ou mesmo necessário, construir uma barreira de pagamento de assinaturas das revistas entre os pesquisadores e a pesquisa.

Enquanto muitos têm desempenhado um papel importante no movimento, ninguém foi tão influente, ou tão eficaz, como filósofo, jurista, e o inicialmente cômico Peter Suber é agora visto como o líder de facto da revolução sem líderes.

Entre as contribuições únicas de Suber, ele desempenhou o papel de parteiro no nascimento do movimento OA. Especificamente, ele esteve presente na reunião que deu origem ao movimento Open Access, em 2001, Budapeste Open Access Initiative (convocada pela Fundação Soros), na Hungria, onde o OA e sua agenda foram inicialmente definidos. Suber também redigiu o Manifesto associado, , elaborando-o, de forma bem sucedida, integrando as diferentes agendas articuladas em Budapeste em um todo coerente e convincente, que serviu para inspirar e despertar defensores do OA.

Alguns argumentam que sem a presença de Suber, o encontro de Budapeste poderia ter se divido em diversas facções. Da mesma forma, sem a sua visão estratégica e capacidade de moderação e arbitramento de conflitos freqüentes, um movimento inerentemente fissíparo poderia ter se dividido em diversas facções desde então.

“Peter é gentil, leal e adota uma abordagem ecumênica, que tem se revelado mais persuasiva do que algumas das abordagens mais impacientes (inclusive a minha). Embora, como ele mesmo apontou, se for necessário, ele pode ser bastante firme e forte também”, disse um de seus colegas defensores do OA, Stevan Harnad.

Suber realmente tornou-se a cola que mantém o movimento unido e é seu estrategista-chefe. Suas principais plataformas para fazer isso tem sido o seu blog, (OAN), e o SPARC [Scholarly Publishing and Academic Resources Coalition] Newsletter Open Access, onde ele tem repetida e convincentemente defendido o OA, desconstruído e refutado os muitos argumentos utilizados contra o OA, e consistentemente inspirou o movimento.

“As contribuições de Peter em termos práticos – OA News e o [SPARC Open Access] Newsletter têm sido absolutamente fundamental em focalizar esforços e debate, mas eu diria que ainda mais importante foram os seus poderes únicos de lógica e argumentação”, diz a consultora de publicação e advogada do OA Alma Swan. “Ele põe a questão de forma persuasiva e difícil de refutar: ele é inimitável a esse respeito.”

Mesmo os editores respeitam Suber. “Eu nunca conheci Peter, mas eu tenho admirado a sua clareza de expressão e análise, e respeito a sua resistência e dedicação ao movimento de acesso livre”, diz Graham Taylor, diretor de publicação educational, acadêmico e profissional no The Publishers Association. “Parece-me que o seu boletim de notícias SPARC foi por algum tempo o carro-chefe em que o resto dos seguidores do OA depende para o seu senso de direção e rigor.”

Suber provou ser um advogado altamente eficaz nos bastidores. “Peter tem sido um colaborador chave para o desenvolvimento de políticas de acesso livre, tanto a nível institucional quanto nacional”, diz Heather Joseph, diretora executiva da SPARC. “Ele tem sido amplamente respeitado por sua análise cuidadosa, pelo bom conselho pelo bom uso da palavra, por iss, sem qualquer surpresa o seu conselho é muito procurado pelos formuladores de políticas, não só aqui nos EUA, mas em todo o mundo também. ”

“Não é que o OA não teria acontecido sem Peter Suber: É óptimo e inevitável. Mas a sua liderança tornou muito mais prossível de acontecer, mais cedo ou mais tarde”, diz Harnad.

Certamente nenhum outro defensor do OA fez mais sacrifício do que Suber na defesa do OA. Em 2003, ele colocou uma carreira de sucesso acadêmico, em espera, para defender o OA, uma decisão que significava abrir mão de uma posição de titular para uma série incerta, a curto prazo, de auxílios e subvenções.

Mas o reconhecimento e as recompensas só começaram a aparecer em 2009, quando Suber recebeu uma bolsa conjunta do Centro Berkman para Internet e Sociedade com o Escritório de Comunicação Acadêmica de Harvard e Biblioteca da Escola de Direito de Harvard. E, no início deste ano, a American Library Association (ALA) anunciou que tinha selecionado Suber como o vencedor do Prêmio L. Ray Patterson Copyright de 2011 por seu trabalho em defesa do OA. Suber é também pesquisador sênior do SPARC e membro do Conselho do Enabling Open Scholarship. Ele também atua como diretor de projeto OA no Public Knowledge.

julho 6, 2011 Posted by | Entrevista | , , , , , , | Deixe um comentário

   

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