Blog do Kuramoto

Este blog se dedica às discussões relacionadas ao Open Access

Acesso Livre = Open Access= Acceso Abierto: relembrando os seus fundamentos

O post publicado ontem teve o propósito de mostrar a confusão mental das pessoas com relação ao Acesso Livre. Um dos pontos essenciais refere-se ao fato de que muitos entendem o Acesso Livre como sendo apenas as publicações de Acesso Livre, ou seja, aquelas oriundas da estratégia da via Dourada ou Gold Road. Certamente, os leitores deste blog não fazem esse tipo de confusão pelo fato de este blogueiro estar sempre relembrando as duas estratégias estabelecidas na declaração BOAI e  que foi objeto de um post publicado esta semana, trata-se do post intitulado Acesso Livre: como tudo começou, publicado em 27 de Fevereiro de 2012.

Aliás, é bom que se diga esse entendimento de que o Acesso Livre se resume às publicações de Acesso Livre é algo que, inclusive, já foi objeto de um artigo publicado pelo atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Prof. Marco Antônio Raupp, na Folha de São Paulo, na coluna Tendências/Debates, em 21 de Janeiro de 2008. Evidentemente que se trata de uma matéria antiga, de 4 anos atrás, e não se pode afirmar que o ministro ainda mantém o mesmo pensamento. Na época, no entanto, as suas convicções indicavam o entendimento de que o acesso livre se resumia às publicações de Acesso Livre.

Conforme o post publicado no dia 27 de Fevereiro de 2012, o Acesso Livre adotou há dez anos atrás duas estratégias: i. a via Verde; e a ii. via Dourada. A via Verde refere-se ao auto-arquivamento da produção científica pelos próprios pesquisadores nos repositórios institucionais, temáticos ou centrais. A via Dourada refere-se às Publicações Científicas de Acesso Livre. Ao longo dessa década de vivência e defesa do Acesso Livre, verificou-se que a via Verde é a estratégia que melhor relação custo/benefício proporciona e é a de menor custo. Existe, mesmo, a convicção de que o Acesso Livre Universal será alcançado por intermédio da implantação das iniciativas preconizadas por esta estratégia em todo o mundo. Portanto, alcançar o Acesso Livre Universal depende apenas da comunidade científica, considerando-se que esta seja composta por: pesquisadores, universidades e instituições de pesquisa, assim como pelas agências de fomento.

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março 1, 2012 Posted by | artigo | , , , , , | Deixe um comentário

Que expectativas o Acesso Livre poderá ter com a nomeação de um novo ministro para o MCTI?

Marco Antônio Raupp

A divulgação do nome do novo ministro para a pasta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antônio Raupp, em princípio, pode parecer que o Acesso Livre terá maiores dificuldades com este novo ministro, em função de um artigo publicado na Folha de São Paulo do dia 21 de Janeiro de 2012, pelo mesmo à época, Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Portanto, a 4 anos atrás, época em que as estratégias do Acesso Livre ainda engatinhavam pelo mundo.  Houve, por parte do novo, ministro, naquela época, um posicionamento em favor do Portal de Periódicos da Capes e contra o Acesso Livre, mais especificamente, contra a estratégia da via Dourada do Acesso Livre. Passou despercebido o fato de que o Acesso Livre preconizava, além da estratégida da via Dourada, a estratégida da via Verde.  Hoje, é reconhecido e notório por todos os líderes e especialistas deste movimento, que a estratégia da via Verde é a que oferece melhor relação Benefício/Custo. Aliás, somente em Janeiro/2009 o relatório de Houghton et al foi divulgado. É errôneo pensar ou acreditar que as estratégias do Acesso Livre visam ameaçar ou concorrer com o referido portal. O fato é que tais iniciativas visam maximizar o acesso, impacto, uso e aplicação dos resultados das pesquisas financiadas com recursos públicos. A luta continua!

Portanto, mantenho as esperanças de progresso das iniciativas de Acesso Livre no Brasil, com apoio do MCTI. Vivemos um novo momento em que o Acesso Livre vem se consolidando e novas iniciativas vêm se desenvolvendo ao redor do globo terrestre.

janeiro 19, 2012 Posted by | artigo | , , , , | 1 Comentário

OA: Mitos e Verdades III

Este post tentará esclarecer um dos pontos mais polêmicos das estratégias do OA e que tem causado muitas dúvidas, inclusive fomentando a desinformação, conforme artigo publicado em jornal da grande mídia, na página 2, por Marco Antonio Raupp, Jacob Palis Jr. e Luis Eugênio Araújo de Moraes Mello, no dia 20 de janeiro de 2008. Trata-se de um artigo que denota total parcialidade e não analisa com base em dados reais, além de não mostrar quais são as estratégias do OA. Não vale à pena discutí-lo neste espaço.

A propósito, antes de iniciar a disutir este novo mito, agradeço à Profa. Cristiane Galvão pela sugestão deste post. A questão que incomoda é o fato de as revistas OA adotarem um modelo de negócios para a sua sustentabilidade, no qual estas exigem o pagamento de uma taxa de publicação aos autores para que os seus artigos estejam disponíveis em acesso livre. Hoje, o valor dessa taxa é ainda muito caro e varia de revista para revista.

No entanto, antes de mais nada, é preciso entender que o OA preconiza duas estratégias para se alcançar o OA universal: a via Dourada e a via Verde. A via Dourada é esta em que se propõe que as revistas sejam de acesso livre, ou revista OA. A via Verde preconiza a todos que publicam em revistas científicas que não são de acesso livre, que depositem uma cópia de seus artigos em repositórios de acesso livre. Está comprovado que a estratégia da via Verde é a que oferece melhor relação custo/benefício e é a que condizirá, mais rapidamente, ao OA universal, visto que, ela depende unica e exclusivamente da comunidade científica ou mais especificamente dos pesquisadores porque são eles os autores. No caso da via Dourada, ela depende dos editores científicos para se concretizar. Apesar do crescimento do número de revistas OA, o caminho é longo e demorado. E, isto é demonstrado por um post de Stevan Harnad, publicado em seu blog ontem dia 11/08/2011, em resposta a um artigo intitulado Research intelligence – ‘We all aspire to universal access’.

Assim, a via Dourada não é a estratégia mais recomedada. Este é o ponto não explicado no artigo mencionado acima, no início deste post. Não se pode medir o custo do OA apenas considerando a taxa de publicação e o número de artigos publicados. É preciso considerar que O OA tem duas estratégias, conforme mencionado anteriormente e que o OA têm apenas 10 anos. O OA encontra-se, pois, em um momento de ajustes, de amadurecimento. O custo das taxas de publicação está ainda muito alto. A tendência é que este custo baixará, leiam post publicado em meu blog, traduzido de um post de Stevan Harnad.

Neste post, Stevan explica que à medida que a estratégia verde torne o OA universal, a tendência é a de que as universidades/bibliotecas/governos cancelarão as assinaturas das revistas que são mantidas em suas coleções ou, em caso de revistas eletrônicas fornecem acesso a seus usuários. Em consequência os editores dessas revistas verão as suas receitas caírem e forçosamente terão que buscar algum outro modelo de negócios capaz de dar sustentabilidade às suas revistas. É possível que esse modelo seja o atualmente adotado pelas revistas OA, no qual os autores pagam pela publicação de seus artigos que permitirão às revistas torná-los acessíveis livremente.

As taxas de publicação atualmente cobradas dos autores estão muito altas e a expectativa é que esses valores caiam à medida que esse modelo se consolide. Hoje, a melhor estratégia, portanto, é que os autores continuem publicando nas revistas de sua preferência e, em seguida, depositem uma cópia de seus artigos publicados em reositórios de acesso livre.

Acho ainda prematuro adiantar qualquer outro detalhe e, qualquer coisa que se diga será mero exercício de futurologia ou especulação. Estimulo a todos que não entenderam os posts apresentads nessa série de matérias “OA: Mitos e Verdades” ou tiveram dúvidas, encaminhem um comentário com suas dúvidas e questões, que terei satisfação em esclarecê-los.

agosto 13, 2011 Posted by | artigo | , , , , , , , | 2 Comentários

   

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