Blog do Kuramoto

Este blog se dedica às discussões relacionadas ao Open Access

Mendeley: Relatório de uso em termos globais

Após participar do evento 3a. Semana da Escrita Científica do IFSC, USP/São Carlos, retomo as matérias para este blog, ainda mais estimulado a discutir este importante tema, o documento científico, foco do Acesso Livre, e retomando as atividades deste blog, publico abaixo um artigo publicado no SciDev Net. Trata-se de uma matéria publicada no dia 01 de novembro, próximo passado, por Mendeley, uma iniciativa colaborativa onde os pesquisadores tem acesso e promove o acesso a artigos científicos. Este serviço constitui de uma comunidade composta por cerca de 2 milhões de usuários e, neste ano, publicou em seu sítio alguns indicadores estatísticos de uso de seus serviços, que tem como base as orientações das estratégias do Open Access.

“Um baixo gasto em pesquisa e desenvolvimento (P & D) de um país pode estar limitando o acesso dos o pesquisadores a trabalhos acadêmicos, e poderia estar prejudicando a sua produtividade e resultados, segundo o Relatório Global Mendeley.

O acesso limitado ao conteúdo acadêmico/científico, que é um problema particular em nações em desenvolvimento, podem ter um impacto indireto, bem como, negativo no número de trabalhos publicados e na obtenção de prêmios Nobel, de acordo com o Relatório de Pesquisa Global, publicado pela plataforma de colaboração Mendeley (1 de Novembro).

O relatório – que analisou os hábitos de leitura e estudo de dois milhões de pesquisadores, acompanhando seus fluxos de trabalho no sistema/ sítio Mendeley – descobriu que, à exceção de quatro países sul-americanos (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai) e China, pesquisadores de países em desenvolvimento têm uma média global de 142 trabalhos acadêmicos em suas bibliotecas pessoais no sítio Mendeley.

Pesquisadores de toda a África, o Oriente Médio, Sul e Sudeste da Ásia, cujos países têm um relativamente baixo orçamento de P & D, média, por pesquisador, entre 37 (no Sudeste da Ásia) e 73 trabalhos (na África).

Apesar de outros fatores, tais como a falta de acesso via banda larga, as diferenças culturais e de infraestrutura universitária pode desempenhar um papel importante na determinação do acesso ao conteúdo, o relatório fornece “provas convincentes” da influência econômica sobre o acesso a documentos de pesquisa, disse Victor Henning, executivo-chefe da Mendeley.

“Os números mostram claramente que, se você está limitado em termos de recurso/fomento, certamente, estará limitado quanto ao acesso a conteúdos”, disse ele ao SciDev.Net.

As questões de acessibilidade afetam nações desenvolvidas, acrescentou Henning, da mesma forma, mas muito mais fortemente percebida por países em desenvolvimento.

“Gostaríamos que este relatório mostrasse a magnitude do problema”, disse ele.

Mas, embora útil, o relatório não era para fazer “terra tremer”, segundo Subbiah Arunachalam, especialista em acesso aberto e pesquisador do Centre for Internet and Society, in Bangalore, India, a relação entre o acesso, financiamento e produtividade já é bem conhecido.

O relatório contribui pouco para estimular o debate sobre o acesso acadêmico e o potencial do Open Access, ele disse ao SciDev.Net.

O que é necessário para resolver os problemas de acesso, de acordo com Arunachalam, são estudos para descobrir porque os pesquisadores ainda relutam em assumir e utilizar  publicações existentes de acesso  aberto/livre.”

Um fato interessante neste informe da iniciativa Mendeley é que a Argentina é classificada em primeiro lugar com relação à média de artigos armazenados em uma biblioteca Mendeley de um determinado usuário. Esta iniciativa, Mendeley, permite aos usuários criar uma biblioteca de artigos científicos no referido sítio. Desta forma, os indicadores Mendeley indicam a Argentina, em primeiro lugar, cujos pesquisadores amazenam em média 267,6 artigos. A França aparece em segundo lugar com uma média de 232,6 artigos e a Alemanha aparece em terceiro lugar com uma média de 222,9 artigos e, em quarto lugar, aparece o Japão com uma média de 216,7 artigos.

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novembro 9, 2012 Posted by | artigo, Fontes de Informação OA | , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

ENSP institui sua política de OA

Em atenção à solicitação de Ana Funiel segue  a notítia, abaixo, informando que a Escola Nacional de Saúde Públic (ENSP) implementa sua política OA tornando obrigatório o registro de toda a sua produção científica, veja abaixo:

“ENSP é primeira instituição brasileira de ensino e pesquisa de saúde a implantar política de acesso aberto ao conhecimento

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz, tornou-se a primeira grande instituição brasileira de ensino e pesquisa na área da saúde a ter uma política mandatória determinando que toda sua produção científica seja depositada, a partir do dia 11 de setembro de 2012, no repositório institucional de acesso aberto.

Dessa forma, a ENSP alinha-se a um seleto grupo de grandes instituições – como as universidades de Harvard e Cornell e o Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), nos EUA – que aderiu ao Movimento Internacional de Acesso Aberto ao Conhecimento Científico, ao mesmo tempo que aumenta o impacto dos resultados das pesquisas realizadas na instituição, por meio da maximização do acesso e do uso de sua produção.

O repositório da ENSP é fruto da Política Institucional de Acesso Aberto ao Conhecimento, que vem sendo desenvolvida pela Escola desde abril de 2011. De acordo com alguns estudos, as áreas de ciências da saúde e ciência política obtiveram um aumento de 57% no índice de citações de artigos em acesso aberto. Áreas como psicologia e direito alcançaram 108% de aumento; na área de administração o aumento foi de 92%; e a área de física chegou a 250% de aumento no índice de citações de artigos em acesso aberto.

O Repositório da Produção Científica proporciona grandes vantagens aos pesquisadores, pois aumenta a visibilidade da produção individual e institucional, potencializando as citações, utilização e reutilização de pesquisas feitas por eles próprios, além de contribuir enormemente para reduzir a lacuna existente entre a academia e a sociedade.

Os autores do material científico da ENSP passam a autorizar em caráter permanente e irrevogável, por meio da cessão gratuita e não exclusiva dos direitos de utilização não comercial, a qualquer pessoa, fazer uso da produção científica de sua autoria sem fins comerciais. A permissão inclui reproduzir, exibir, executar, declamar, expor, arquivar, inserir em bancos de dados, difundir, distribuir, divulgar, disponibilizar, emprestar, traduzir, incluir em novas obras, desde que não haja finalidade comercial e respeitando os direitos morais do autor, em especial os direitos de paternidade e integridade.

A ENSP reconhece o respeito aos direitos autorais, sejam eles morais ou patrimoniais, em relação ao conhecimento produzido e entende que é obrigação das instituições públicas garantir que a sociedade tenha acesso ao conhecimento por elas produzido. A democratização e a universalização do acesso ao conhecimento nas ciências e humanidades é condição fundamental para o desenvolvimento igualitário e sustentável das nações. Constituindo-se uma instituição de ciência e tecnologia em Saúde reforça, portanto, os princípios de uma sociedade justa, equânime e solidaria, visando a promoção da saúde e a qualidade de vida das populações.

Acesse o Repositório Institucional de Produção Científica da ENSP em www.ensp.fiocruz.br/repositorio.”

outubro 8, 2012 Posted by | artigo | , , , , , , , , | Deixe um comentário

   

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