Novidades na publicação científica
Hoje verificando meus contatos, tenho a grata satisfação de encontrar um post proveniente de um dos personagens que acompanho, indicando matéria publicada no The Economist, na seção Publicação Científica, que discute a questão das revistas científicas no contexto do acesso livre. Matéria muito interessante que servirá de base para um próximo post que pretendo publicar neste blog. No momento, apenas a indico para que os leitores deste blog possam lê-la e apreciar atualizar-se.
A imagem que aparece ao lado foi extraída da referida matéria.
É interessante notar que, internacionalmente, se dá mais importância aos acontecimentos relacionados à iniciativa da via Dourada e pouco se fala no que acontece com a via Verde. É natural, pois, a via Dourada vislumbra a transformação das revistas científicas, em sua grande maioria, comerciais, em revistas científicas de acesso livre.
Apesar disso, é fato é que nos últimos tempos tem surgido diversas revistas científicas de acesso livre e, a polêmica tem sido bastante discutida em função da qualidade dessas revistas. Têm-se noticiado que tais revistas utilizam em seus quadros editoriais pesquisadores renomados e que muitos deles nem ficam sabendo disso,inclusive, esse tema é tratado na matéria apresentada na revistas supra-citada. Enfim, trata-se de uma matéria interessante de ser lida e discutida, visto que, por aqui, esse tema tem sido pouco discutido.
Que políticas estão sendo pensadas para a Ciência brasileira?
Algo que me inquieta é que até agora nenhum dos três principais postulantes à Presidência da República fez qualquer pronunciamento ou divulgou em sua proposta de programa de governo, o que pretendem fazer para a Ciência brasileira ou mais especificamente para a Comunicação Científica brasileira. Normalmente, os últimos presidentes têm iludido a sociedade científica brasileira acenando com mais recursos mas, nada tem sido feito em prol da Ciência como um todo. A Ciência não carece apenas de recursos financeiros mas, também de políticas. Talvez tenha feito uma afirmação errônea ao dizer que os ex-presidentes tenham iludido a sociedade científica brasileira. Neste contexto, o termo sociedade científica brasileira refere-se ao conjunto de toda a comunidade científica brasileira e não à uma sociedade científica em específico, visto que existem diversas sociedades científica, em diversas áreas do conhecimento.
Evidentemente que se trata de um tema específico e de alta complexidade, fato que nos leva a perdoá-los, pois, certamente, se perguntados, diretamente, os atuais candidatos à presidência, não teriam uma resposta na ponta da língua.
Aliás, um dos candidatos, entretanto, certamente poderia ter algo a dizer, pois, ao longo de todo o governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores, nada fez em favor da Comunicação Científica ou mais especificamente para o Acesso Livre e jamais se prontificou a ouvir ou a desenvolver qualquer ação nessa área. Aliás, muito pelo contrário, promoveu o enfraquecimento de uma instituição que sempre lutou pela informação científica no País, o IBICT. Basta indagar o que faz o IBICT hoje? Inclusão Social? É esse o papel dessa instituição?
Por intermédio da Capes, esse governo que ora se conclui optou por criar e manter o Portal de Periódicos da Capes, beneficiando, obviamente, os editores científicos comerciais. À rigor, que benefícios esse Portal trouxe para a Ciência brasileira, dado que antes dele, as bibliotecas universitárias mantinham em seus acervos boa parte das revistas científicas necessárias ao desenvolvimento das pesquisas brasileiras.
Em nenhum momento, antes dos governos petistas as bibliotecas deixaram de fornecer informação aos pesquisadores de nossas universidades. Ou seja, a criação do portal não partiu de uma demanda das bibliotecas universitárias e as mesmas sequer foran consultadas. Ou seja não houve um trabalho de base com vistas à identificar a necessidade dos periódicos científicos mais procurados nas bibliotecas universitárias e tampouco pelos pesquisadores brasileiros. Esse Portal custa atualmente mais do cem milhõse de dólares anuais aos cofres do governo brasileiro. Foi contratado à revelia do IBICT que é, teóricamente, a instituição especializada em informação científica e que poderia fornecer maiores subsídios. Afinal para que serve uma instituição que tem em seu nome o temo: Informação em Ciência e Tecnologia?
Um outro fato importante a mencionar é sobre as consequências que o Portal de Periódicos da Capes provoucou: o desmonte do sistema chamado Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Periódicas ou simplesmente CCN. Nessa troca quem foram os beneficiados: os pesquisadores brasileiros ou os editores científicos comerciais? Quem ganhou com o desmonte desse sistema, que foi construído ao longo de 50 anos? Quem saiu ganhando: a ciência brasileira ou os editores científicos comerciais? Isso talvez, somente o tempo dirá. E, como sempre, ninguém será responsabilizado por isto. Em países sérios, alguém é sempre responsabilizado por esse tipo de insanidade administrativa. Enquanto isso, em todo o mundo, as universidades e centros de pesquisas vêm adotando uma das estratégias definidas no início do ano de 2002, que é a via Verde do Acesso Livre. O Brasil optou por um caminho próprio, que foi a contratação e manutenção do Portal de Periódicos da Capes. Não defendo apenas as iniciativas de Acesso Livre mas, a de um sistema mixto que possa levar o País a desenvolver suas habilidades e competências e aproveitar aquilo que existe nas bibliotecas.
Esses fatos fazem parte de uma comprovação pessoal minha, jamais os dirigentes desse governo se prontificaram a adotar as idéias que venho divulgando ao longo dos últimos 12 anos. Assim como jamais fui recebido para ser ouvido com relação a essas idéias, jamais fui convidado e participar de alguma atividade relacionada à definição de uma Política Nacional de Ciência e Tecnologia e, obviamente, jamais esse tema foi abordado na construção dessa política. Não que eu não tenha procurado os dirigentes executivos mas, porque eles não quiseram me receber, especialmente, a presidente Dilma, que jamais repondeu às minhas mensagens enviadas ao Fale com a Presidenta. Para não dizer literalmente que jamais me respondeu, recebí sim algumas mensagens reencaminhando a minha demanda ao diversos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, os quais jamais me procuraram. Então fico pensando: a quem a nossa presidenta respondeu? Quantas pessoas ou cidadãos brasileiros ela atendeu? Pelo menos eu, com certeza jamais fui atendido. Esse serviço, o Fale com a Presidenta não passa de uma ação de marketing para torná-la mais simpática ao público, nada mais do que isso.
Mas, um dia o Brasil será conduzido à adoção de medidas de Acesso Livre à informação científica e, talvez, quando isso acontecer, este País já terá gasto recursos que poderiam ter sido aplicados em outras áreas, especialmente nas áreas sociais que são as áreas mais carentes e prioritárias. E, talvez aí, os nossos pesquisadores possam ganhar espaço para dar maior visibilidade às suas pesquisas, que é o que o mundo inteiro está fazendo por meio de quase 2.729 repositórios digitais (vide o sítio http://www.opendoar.org.br/, dado verificado no dia 24/09/2014), por meio da criação de repositórios institucionais e centrais, ação que tem sido pouco efetiva em nosso país. Hoje, dia 24/09/2014, verifiquei que o Brasil conta com 84 repositórios digitais. É bem verdade que o País está classificado em 8. lugar, atrás de países como os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, o Japão, a Espanha, a França e a Polônia. Entretanto, deve-se ressaltar que o Brasil iniciou ações em prol do Acesso Livre desde 2007 quando assinou o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica, que foi elaborado por este que vos escreve e pela profa. Sely Costa da UnB. e divulgado por meio de uma video-conferência.
O fato é que a questão do Acesso Livre não teve a evolução esperada, no Brasil, basta ver o conjunto de registros armazenados nesses repositórios, exceptuando-se alguns repositórios de universidades como a UFRGS, a UFSC e alguns poucos repositórios brasileiros, na sua grande maioria a quantidade de registros existentes nesses repositórios não superam a 100 registros, o que significa que os mesmos foram apenas criados mas, não foram efetivados de fato. São coisas que lamentamos, pois, são recursos jogados no lixo, por pura falta de gestão, tanto das instituições quanto daquela que promoveu a distribuição dos recursos, o IBICT.
No entanto, é importante frizar que o governo que vem administrando o País, nos últimos 12 anos, não é adepto das iniciativas indicadas pelo movimento do Acesso Livre e isto é um fato, basta verificar as diversas tentativas realizadas por este blogueiro, quando tentamos, sem sucesso, aprovar o PL 1120/2007 na Câmara dos Deputados e o PLS 387/2011 no Senado Federal, que está prestes a ser rejeitado conforme parecer existente, elaborado pelo senador Álvaro Dias mas, que no momento, curiosamente, não está mais disponível para download. Esse parecer estava disponível até o início do mês de setembro. Fato intrigante, pois, justo agora, em momento, pré-eleitoral, esse documento que seria usado para a formular a rejeição do PLS 387/2011 foi excluído do sítio do senado federal, que imagina-se ser uma ferramenta bem administrada. Mas, como todo serviço público no Brasil, nada funciona adequadamente. E, isto é o que desanima nesse processo de mudança, quando na realidade nada muda, tudo continua como sempre esteve!!!
Convite aos moradores de Belo Horizonte
Aos colegas que moram em Belo Horizonte convido-os a participar de uma apresentação que farei no programa Café Controverso no próximo sábado, dia 06/09/2014 sob o título: Open Access x Dependência Científica, no horário de 11:00 às 13:00 hs.
Neste espaço apresentarei os motivos que justificam e movimenta o Open Access em todo o mundo que, no Brasil, pouca ou nenhuma movimentação vem se realizando.
Não deixem de comparecer, será um prazer recebê-los e discutir pessoalmente as questões que envolvem o Open Access e, porque o goveno brasileiro pouco ou nada tem discutido ou feito em favor desse movimento.
Por que os nossos candidatos à presidência da República nada comentam a respeito? Essa é uma questão que apresentarei e debaterei com os participantes presente no evento Café Controverso, esperando discutir e eliminar qualquer controvérsia existente, pois, os acontecimentos são bem conhecidos
À título de facilitar a compreensão dos fatos, e possibilitar aos que não puderem comparecer e assistir ao vivo, deixo o jogo de transparencias que será discutido no Café Controverso:
Um rapido panorama do OA no mundo
Em todo o mundo as iniciativas do OA progrediram, inclusive, na América Latina onde dois países, o Peru e a Argentina, instituíram oficialmente por seus governos, oficialmente referendados pelo seus poderes legislativos, a criação de seus repositórios institucionais. No Brasil, infelizmente, as tentativas de aprovar uma lei instituindo as iniciativas do Acesso Livre não prosperaram, o que já era esperado, desde 2007 quando tentou-se estabelecer, por lei, o depósito da produção científica brasileira. As nossas tentativas foram frustradas, seja pelo excesso de burocracia, seja por inoperância do legislativo. Em seguida, por meio do projeto de lei do Senado Federal, o PLS 387/2011, que finalmente, a CCJ – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania Senador, sob a orientação do seu relator, Senador Álvaro Dias, solicitou a sua rejeição sob o argumento da injuridicidade e inconstitucionalidade. Recuso-me a fazer qualquer argumentação em defesa do PLS 387/2011, pois, após 4 anos, não posso concordar com esse argumento, que demonstra a inoperância do nosso legislativo. É chegado a hora de trocar esses políticos, que são verdadeiros alienados. Isso demonstra também a inoperância do estado brasileiro, pois, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e seu Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, em parceria com o Ministério da Educação, juntamente com a Capes poderiam ter instituído uma norma às instituições de ensino e pesquisa ações e direção ao OA, já há bastante tempo.
Publiquei recentemente na revista RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, Vol. 8, N 2, um artigo intitulado Acesso Livre: uma solução adotada em todo o globo; porém, no Brasil parece existir uma indefinição, que faz uma rápida viagem no tempo mostranto as iniciativas do OA e seus impactos em todo o mundo. Ao final desse artigo, apresento links relativos a esses impactos e ações mundiais. Evidentemente, esse artigo foi publicado antes do fato que em breve deve ser anunciado pelo Senado Federal.
É incrível como o nosso legislativo funciona e, igualmente, incrível o nível de conhecimento daqueles que habitam organismo, pois, a decisão tomada pela CCJ subsidiado pelo Senador Alvaro Dias, comprova esse nível de Conhecimento. É bom relembrar que o Peru e a Argentina, apesar de terem uma produção científica menor que a brasileira, já tem a sua legislação em prol do OA.
Independentemente, das forças que articularam esse novo arquivamento de um projeto em pro do OA, é preciso extrair as lições que esse processo nos trouxe. Enquanto países menos expressivos no segmento da ciência e tecnologia se agregam, oficialmente, ao rol dos países que faz ciência, o Brasil abaixa a cabeça em prol das ricas editoras científicas. Quem sairá ganhando com isso? É hora de refletirmos, dado que as eleições se aproximam, sobre o que papel o Brasil deveria desempenhar doravante, continuar servindo aos interesses dos ricos editores científicos ou compartilhar os resultados das pesquisas científicas? Em outras palavras, isto significa que continuaremos pagando para ter acesso aos resultados de pesquisas científicas. Não podemos nos esquecer que o governo brasileiro gasta mais de 100 milhões de dólares para ter acesso a esse conhecimento. Esse recurso sai dos bolsos dos cidadãos brasileiros e, eu pessoalmente, não concordo com essa política e acredito que muitos dos leitores deste blog também não concordam. Portato, peço, humildemente, que os senhores reflitam antes fazer as suas escolhas neste próximo pleito eleitoral e, também, nos próximos. Queremos um País independente e que os nossos representantes também o sejam.
Fiocruz institui sua política de Acesso Aberto
No último diz 31 de março de 2014, a Fiocruz estabeleceu, por meio da portaria do MS/n. 938, a sua Política de Acesso Aberto. De forma pioneira e inédita a Fiocruz pode ser considerada a primeira instituição brasileira à definir e implantar uma Política de Acesso Aberto, de forma correta e em conformidade com as inicitiavas propostas pela BOAI, visto que, no bojo desta portaria, os autores envolvidos em projetos de pesquisa da Fiocruz, são estimulados a autodepositarem os resultados de suas pesquisas publicadas em revistas científicas, no Repositório Institucional ARCA, cuja gestão ficará à cargo de um Comitê Gestor, que será coordenado pela unidade Instituto de Comunicação e Informação Científia e Tecnológica em Saúde (ICICT), que terá uma coordenação técnica e e uma equipe executiva responsável pelo RI ARCA.
Enfim, pelo teor da portaria que criou a referida política, a Fiocruz segue de forma fiel e responsável as determinações do BOAI, inclusive, definindo de forma clara, os mecanismos de publicação dos resultados das pesquisas empreendidadas por pesquisadores e técnicos daquela instituição. Um aspecto importante definida na referida portaria diz respeito à questão do autoarquivamento que, ao contrário de outras iniciativas brasileiras, ficará à cargo dos pesquisadores com o conseqüente acompanhamento por parte de técnicos de informação daquela instituição.
Muitos dos leitores deste blog, certamente, serão impactados pela consideração que fiz a esta ação, uma vez que a considerei pioneira e inédita. Assim, faz-se necessária uma explicação. A minha observação se fez necessária, visto que, os pouquíssimos repositórios institucionais brasileiros determinam que o depósito no respectivo repositório institucional seja realizado pelas bibliotecas ou técnicos das bibliotecas e não pelo pesquisador. Ao contrário, a Fiocruz determinou em sua Política de Acesso Aberto, que os pesquisadores façam o autodepósito e não o setor de informação ou bibliotecas da Fiocruz, esse pequeno detalhe fez a diferença. Se os leitores observarem a declaração BOAI, verificarão que assa declaração fala em sua estratégia primeira (I) em autodepósito e não em depósitos por parte das bibliotecas. Portanto, a responsabilidade pelo depósito é, antes de tudo, uma tarefa do pesquisador.
Diante da leitura atenciosa da referida portaria, tudo indica que houve um estudo e intensa discussão da referida política. De nossa parte, resta-nos desejar muito sucesso na implantação do referido repositório e, óbviamente, da referida política. À Fiocruz e aos seus técnicos, especialmente, aqueles da área de informação, os cumprimentos, desejando sucesso, deste blog e deste blogueiro pelo excelente trabalho desenvolvido.
A publicação deste post está um tanto quanto atradada, visto que, essa notícia me foi comunicada em meados do mês de junho, mês que está sendo concluído nesta semana. Infelizmente, devido ao fato de eu estar em férias, somente hoje tive condições para trabalhar na publicação desta matéria. Mas, antes tarde do que nunca.
Novo ranking de Repositórios está no ar!!
Talvez com um pouco de atraso de minha parte, verifiquei esta manhã que um novo web ranking of respoitories já se encontra no ar. Verifica-se que o repositório LUME retoma o seu lugar na classificação mundial, aparecendo em 17. lugar, a mesma do ranking do primeiro semestre de 2013.
É gratificante verificar que na primeira página, onde aparecem os 100 primeiros repositórios classificados, duas instituições brasileiras, a UFRGS, com o seu repositório, o LUME, em 17. lugar, e a USP com a sua Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Na segunda página, aparecem a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPR, em 109. lugar, e o Repositório Institucional da UFSC, em 117. lugar.
Na terceira página do referido ranking, aparecem a Biblioteca Digital da Unicamp, em 203. lugar e, o Repositório Institucional da UFBA, em 245. lugar e, o repositório Maxwell da PUC-RJ, em 258. lugar, em seguida, fechando a terceira página daquele sítio, em 300. lugar vem o Repositório Institucional da Universidade de Brasília. São resultados que trazem alegrias à mim pessoalmente, pois, pelo menos três desses repositórios foram criados com o apoio do IBICT, à época em que eu estava ainda na ativa. Portanto, os meus parabéns à todas as universidades constantes nessa classificação.
Acesso Livre em manchete: dois eventos no segundo semestre de 2014
Aos colegas que acompanham o Blog do Kuramoto, uma excelente notícia: No segundo semestre, no mês de outubro teremos dois eventos relativos ao Open Access, ambos em países de língua portuguesa, portanto, não hvaerá desculpas para não participar, especialmente, porque um deles será realizado no Brasil, trata-se da “Conferência Internacional Acesso Aberto, Preservação Digital, Interoperabilidade, Visibilidade e Dados Científicos”, que será realizada em Porto Alegre, nos dias 15 a 17 de outubro de 2014, onde será realizados a IV Conferência Internacional sobre Bibliotecas e Repositórios Digitais (BIREDIAL 2014) e o IX Simpósio Internacional de Bibliotecas Digitais (SIBD 2014). É a quarta vez que os dois eventos se realizam conjuntamente e neste ano a Universidade Federal do Rio Grande do Sul abrigará esse interessante e importante evento, que trata tanto da bibliotecas digitais, quanto de temas como a preservação digital, a interoperabilidade, a visibilidade dos dados científicos, portanto, são temas que se englobam pelo Open Access e Open Data. Devido à exigüidade de eventos tratando dessa temática, Trata-se de uma grande oportunidade para que os nossos colegas apresentem trabalhos relacionados a essas duas temáticas e aos subtemas apresentados acima.
Por outro lado, o nosso colega Eloy Rodrigues, como tem feito a cada dois anos, está organizando 5o. CONFOA – Conferência Luso-brasileira sobre Acesso Aberto que, nesse ano será realizado em Coimbra, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, nos dias 06 a 08 de outubro de 2014, portanto, há pouco menos de duas semanas antes do evento de Porto Alegre, datas que não são impeditivas de se apresentar trabalhos em ambos os eventos. Da mesma forma que o evento em Porto Alegre, este de Portugal trata de temas correlatos a bibliotecas digitais mas, tendo o Open Acces como corte principal, senão vejamos:
– Repositórios de publicações científicas;
– Redes de repositórios de publicações científicas;
– Revistas científicas de acesso aberto;
– Repositórios de dados científicos;
– Políticas e mandatos de acesso aberto;
– Interoperabilidade entre os repositórios e outros sistemas de informação de apoio à atividade científica e académica;
– Sistemas de gestão da Ciência e Tecnologia (CRIS);
– Preservação digital;
– Direitos de autor;
– Acesso aberto, bibliometria e métricas alternativas.
A questão dos “rankings” das universidades
Na matéria passada, Quem oferece o ranking mais justo?, levantei a questão desses rankings mas, não discutí a questão com a profundidade necessária, pois, necessitaria um maior aprofundamento na métrica utilizada por esses rankings. Entretanto, o importante é que cada universidade desempenhe da melhor forma possível o seu papel e, com isto, certamente elas serão beneficiadas por uma melhor posição nesses rankings. O Ranking Web ou Webometrics, por exemplo, destaca o seu objetivo principal como sendo, o de “promover a presença acadêmica na web, apoiando as iniciativas de Acesso Livre para aumentar significativamente a transferência de conhecimento científico e cultural gerada pelas universidades para toda a sociedade”. Portanto, além de avaliar quesitos específicos relacionadas às ações, produtos e serviços das universidades em geral, esse ranking verifica também as iniciativas das universidades com relação ao Acesso Livre. Assim, o fato de uma universidade criar o seu repositório institucional e estabelecer uma política institucional, certamente, contribuirá para que uma universidade venha a ser bem classificada nesses rankings. E é esse fato que pode ter contribuído para a péssima clasificação de algumas das nossas universidades naquele ranking apresentado na matéria passada.
Ao fazer esse alerta, não posso deixar de lembrar que são as bibliotecas universitárias as principais responsáveis por essa classificação das suas universidades, pois são elas as principais responsáveis por promover o registro e disseminação da produção científica das universidades. Lembro-me que venho discutindo isto desde o XIIISNBU realizado nos dias 17-24 de outubro de 2004. Infelizmente, não consegui acessar o sítio do referido evento, que seria: http://www.bczm.ufrn.br/snbu2004/segundas/o_evento. Lembro que no dia 19, no segundo dia do evento, o IBICT promoveu uma mesa redonda para discutir a questão dos Open Archives, que teve a prticipação deste que vos fala, de Sueli Maffia e Miguel Angel Mardero, além da profa. Sueli Mara da USP. Naquela época apresentamos esse novo padrão chamado Open Archives, que hoje é responsável por promover a inteoperabilidade de 2615 repositórios digitais, segundo o sítio OpenDOAR em diversas áreas do conhecimento, universidades e instituições de pesquisa espalhadas por todo o muno. Com certeza, existem outros sistemas utilizando esse padrão, que é muito difundido em todo o mundo.
Portanto, a questão do Acesso Livre não é apenas uma questão legal, ou uma manifestação dos pesquisadores e bibliotecários mas, tem uma influência importante no meio acadêmico, tanto no que diz respeito a buscar maior visibilidade para essas instituições acadêmicas quanto para promover maior disseminação aos trabalhos acadêmicos e, finalmente, para mostrar à comunidade internacional a produção científica de um País. Infelizmente, os governantes e líderes brasileiros não deram muita atenção ao alerta que fizemos em 2004, naquele longínquo SNBU… felizmente existem registros que, certamente, por motivos operacionais, hoje não estavam ativos mas, alguns outros vestígios são passíveis de se encontrar, como no link Mesa redonda do IBICT em destaque no SNBU em Natal.
Quem oferece o ranking mais justo?
O jornal Estado de São Paulo, divulgou , dia 25/02/2014, matéria divulgando que 4 (quatro) universidades brasileiras encontravam-se entre as 50 melhores do mundo. Por outro lado, o Webometrics Ranking of World Universities, coloca no seu ranking entre as primeiras 210 universidades, 2 brasileiras: a USP em 29. e a UFRGS em 206. Obviamente, o Webometrics utiliza critérios diferenciados em relação ao Quacquarelli Symonds University Rankings. Enquanto a QS Quacquarelli Symonds, fundada em 1990 busca identificar e divulgar as melhores universidades, a Webometrics realiza um trabalho de classificação de universidades e institutos de pesquisa mediante a sua presença na Web e, nesse caso, com certeza o fato de alguma universidade ou instituto de pesquisa, ter repositórios digitais de acesso livre, poderá melhorar a sua posição nesse ranking.
Já a QS Quacquarelli Symonds tornou-se líder mundial no fornecimento de informações sobre instituições de ensino superior e de pesquisa, além de informações sobre carreiras. Desse trabalho, realizado deste 1990, se apresenta rankings de universidades e institutos de pesquisa. Portanto, há algumas diferenças de critérios de avaliação.
Por outro lado, conforme se pode notar, o Webometrics, que é realizado e mantido atualizado pelo CSIC – Consejo Superior de Investigaciones Científicas, mais especificamente, pelo seu laboratório Cybermetrics Lab, mantém atualizado o seu ranking observando-se critérios de presença das universidades na Web.
Assim, no classificação da Webometrics, tem-se as seguintes 10primeiras universidades brasileiras e suas respectivas posições na classificação mundial:
Vejam que a primeira universidade brasileira, a USP, aparece nesse ranking em 29. lugar e a segunda universidade brasileira, a UFRGS, aparece em 206. lugar e a 10a. universidade brasileira classificada nesse ranking, encontra-se em 480. lugar no ranking mundial geral do Webometrics. É bem verdade, que as universidades brasileiras ainda conseguem se posicionar muito bem no ranking das universidades latino-americanas. Isto, apesar de nem todas as universidades brasileiras terem criado os seus repositórios digitais. Mas, é bom não esquecer que o uso da Web e, consequentemente, de repositórios digitais poderão ter um peso nesse processo de avaliação e classificação de universidades em iniciativas como a webometrics e quiçá a Quacquarelli Symonds University Rankings, pois, estamos em um processo evolutivo ou de mudanças.
Conclucluindo, não se trata de identificar o ranking mais justo, pois, cada um utiliza os critérios de acordo com os seus objetivos mas, cabe a nós usuários, identificar o ranking mais adequado aos nossos interesses. De toda a forma, carece sempre muito cuidado ao ler matérias como a apresentada pelo jornal O Estado de São Paulo.
A batalha empreendida pelos editores comerciais contra o livre acesso se intensifica
Em conformidade com o post publicado no blog do jornalista independente, Richard Poynder, Open and Shut?, sob o título “Guest post: Charles Oppenheim on who owns the rights to scholarly articles“. O início da matéria é muito convidativo à sua leitura, conforme pode ser visto abaixo, os seus dois primeiros parágrafos:
“A recente decisão da Elsevier, ao enviar avisos para derrubar sítios como Academia.edu, e às universidades, exigindo que eles removam os artigos auto-arquivados em seus sítios, provocou um debate sobre o status do direito autoral em diferentes versões de um artigo acadêmico .
Na semana passada, o Diretor de Comunicações Científicas da Duke University, nos EUA, Kevin Smith, publicou um post no blog desafiando a suposição generalizada dos defensores do OA que, quando estudiosos transferem os direitos de autor de seus trabalhos, o fazem apenas os da versão final do artigo. Isso não é verdade, argumentou Smith.” Trata-se de mais uma batalha na guerra contra o Acesso Livre. Maiores detalhes dessa discussão poderão ser vistas e lidas no sítio do citado blogueiro, Open and Shut?.
Cerca de 120 artigos, gerados por computador, são publicados em revistas científicas
O título é um tanto quanto longo mas, é o que duas revistas estrangeiras noticiaram, recentemente, a Nature, na sua edição eletrônica de 25 de fevereiro de 2014. A mesma notícia havia sido publicada no jornal português TSF publicou essa notícia um pouco antes, segundo o referido sítio,, recentemente. No entanto, o autor da descoberta, o cientísta francês Cirill Labbé, fez essa constatação no período de 2008 a 2013 em publicações conceituadas no meio científico. Maiores detalhes poderão ser obtido nas matérias publicadas na Nature, intitulada Publishers withdraw more than 120 gibberish papers, assim como na matéria publicada na Scientometrics, de junho de 2012, com o título Duplicate and Fake Publications in the Scientific Literature: How many SCIgen papers in Computer Science?. A matéria publicada no TSF pode ser lida seguinte link: Revistas científicas publicaram 120 artigos gerados por computador.
Apesar dessas denúncias trazidas à público pelo cientista francês, nenhuma das revistas científicas são de acesso livre, ao contrário, são revistas científicas comerciais e muito bem conceituadas no meio científico. Isto mostra que os editores científicos devem adotar melhorias no processo de revisão por pares, de modo a garantir a qualidade dessas revisões. Em breve, assistiremos a essas mudanças, fato que os nossos editores devem ficar atentos.
Certamente, programas de computadores aparecerão para analisar os artigos submetidos às revistas cientificas auxiliando todo o processo de revisão por pares. Uma vez que esses 120 artigos foram identificados com a ajuda de um programa de computador.
Europa estabelece medidas concretas em direção ao Acesso Livre e Open Data
Nas duas ou três últimas semanas, a Europa anunciou o empreendimento de dois projetos voltado para fortalecer as iniciativas de Acesso Livre naquele continente. Trata-se do FOSTER – FACILITATE OPEN SCIENCE TRAINING FOR EUROPEAN RESEARCH, e do PASTEUR40A – (Open Access Policy Alignment Strategies for European Union Research).
Ambos os projetos tem uma signficante e representativa lista de parceiros. O primeiro, FOSTER, como a própria sigla indica, destina-se a facilitar o treinamento de pesquisadores europeus que buscam dar/obter maior impacto às suas pesquisas e promover uma disseminação ideal aos resultados de suas pesquisas. Esse treinamento refere-se ao treinamento de instrutores com o propósito supramencionado. Em outras palavras a Comunidade Européia inicia a capacitação de especialistas em todos os seus estados-membros.
O segundo projeto, o PASTEUR40A, ajudará a desenvolver ou reforçar estratégias e/ou políticas de Acesso Livre, a nível nacional de cada país membro da Comunidade Européia, facilitando a sua coordenação entre todos os estados-membro. Com esse projeto, a Europa inicia o estabelecimenoto de uma rede de centros especializados nos Estados-Membros que irão desenvolver um programa coordenado e colaborativo de atividades de apoio à formulação de políticas a nível nacional, sob a direção dos parceiros do projeto.
São medidas que mostram o papel que esses países desejam desempenhar em futuro próximo e, certamente, a um custo muito inferior aquele existente hoje. Em outras palavras, são medidas de quem quer ser protagonista da ciência moderna e não apenas o de simples usuário da informação científica. Há alguns anos atrás, quando o IBICT lançou o manifesto brasileiro em prol do Acesso Livre, o País havia dado mostra de que pretendia seguir esses mesmos passos tomados pelos europeus. Hoje, porém, devido à morosidade como as coisas aconteceram por aqui e, inclusive pelas mudanças ocorridas naquele Instituto, não se tem esperanças de que o Brasil possa desempenhar esse papel na América Latina, visto que que outros países nesta região já adotaram medidas com esse propósito e, certamente, estarão à frente do Brasil. Enfim, estamos perdendo, novamente, o bonde da história, o que é lamentável!!!
Novidades no front da publicação periódica eletrônica
Aos leitores deste blog, finalmente publico um novo post, com um pedido de desculpas por não ter publicado muitos posts ultimamente, o fato é que hoje, tenho outras obrigações que me impedem de publicar assiduamente neste blog. No entanto, o fato é que após algum tempo, sem muitas novidades na área. Surge agora algo que deverá interessar à todos que utilizam o OJS ou SEER no Brasil, segundo o nosso colega Eloy Rodrigues, foi lançado recentementes um novo pacote de software que se integra ao OJS, trata-se do FIDUSWRITER, pacote de software que permite aos autores criar os seus artigos para submissão consecutiva ao OJS. Vejam matéria completa sítio Open Access mantido pela UMinho, intitulada: Novas abordagens para o futuro da Publicação Científica: integração “Fiduswriter” e “Open Journal System”. Pela referida matéria, o FIDUS WRITER é um editor de texto colaborativo orientado à escrita científica com a possibilidade de usar citações e fórmulas matemáticas. Trata-se, portanto, de um elemento facilitador para que os autores de artigos elaborem os seus artigos já dentro de um formato aceito pelo OJS. Leiam mais detalhes no link acima.
Stevan Harnad abriu o caminho que vem ganhando o mundo inteiro
Meus caros leitores, enfim um vídeo sobre o OA onde importantes interlocutores do OA, dirigentes de instituições européias apresentam de forma clara e simples o que é o Acesso Livre, o porque desse movimento e, seus principais objetivos. Esses interlocutores são: 1) Bernard RENTIER, reitor da Université de Liège, 2) Verònique HALLOIN, Secretária Geral do FRS (FNRS – Fond de la Recherche Scientifique ou Fundo da Pesquisa Científica), Paul THIRON – Diretor Geral da Rede de Bibliotecas da Université de Liège.
Este vídeo é um exemplo do comportamento, não apenas de especialistas mas, principalmente, de dirigentes que defendem o OA no mundo. Não vi ainda nenhum vídeo de outros dirigentes mas, as suas decisões, como por exemplo: o presidente Barak OBAMA que assinou um memorando, em 22 de fevereiro de 2013 estendendo as medidas adotadas pelo National Institute of Health (NIH) ao restante de agências de fomento americanas; a Comunidade Européia que vem desenvolvendo dois importantes projetos, o OpenAire e o MedOAnet. Na América Latina, não podemos esquecer da recente aprovação do Acesso Livre na Argentina. Não se pode esquecer que o Peru também aprovou a sua lei em favor do Acesso Livre naquele país. Enfim, o que se pode perceber é que a aceitação das estratégias do Open Access estão obtendo uma grande aceitação em diversas partes do mundo desenvolvido e em desenvolvimento.
Foi dada a partida…é o início do Acesso Livre na UFMG
O I Simpósio sobre o Acesso Livre na UFMG transcorreu dentro daquilo que se esperava, uma reunião para se discutir as iniciativas de repositórios digitais e as revistas científicas na UFMG. Na foto acima, compuseram a mesa de abertura do evento, na qual se pode verificar a presença, da esquerda para a direita, do diretor da BU e do SB da UFMG, bibliotecário Wellington Marçal de Carvalho, Hélio Kuramoto ao microfone, a representante da pró-reitoria de pesquisa, profa. Dra. Marisa Mancini e finalmente, mais à direita, o prof. Dr. Ricardo Rodrigues, diretor da Escola Ciência da Informação.
Nesse contexto, foi muito boa a participação do público, no qual haviam pessoas provenientes de outros estados, além, claro, de dois dos palestrantes programados pela agenda do simpósio, a bibliotecária Caterina G. Pavão, responsável pelo repositório Lume da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o ativista Raniere Silva (graduando em Matemática Aplicada pela Universidade de Campinas, instrutor da Software Carpentry e membro do Capítulo Brasileiro da Open Knowledge Foundation e evangelista do Acesso Livre e do Software Livre). Não posso esquecer de apresentar, ainda que provisoriamente o link para o relatório elaborado por Raniere sobre a realização desse evento. Esse relatório terá uma versão final. As fotos do evento poderão ser visas e apreciadas no Facebook.
Para aqueles que não tiveram condições de participar, estes poderão ter acesso aos vídeos que serão, oportunamente, disponibilizados no sítio da Biblioteca Universitária, cuja divulgação este blog se compromete a fazer em futuro bem próximo. É importante ressaltar que este mês e o próximo são meses que fecham o semestre e consequentemente o ano, fato que provocará um pequeno atraso nesse processo.
Foi uma grata surpresa perceber que a UFMG conta com diversas iniciativas relacionadas tanto aos repositórios digitais quanto a revistas científicas digitais. Isto significa que teremos muito trabalho pela frente para viabilizar e sua integração e disponibilização na web. Ou seja o primeiro passo, com vistas a inscrever a UFMG em rankings internacionais como a World Web Ranking of Repositories, foi dado. Isto significa que serão envidados esforços para que essa integração se concretize.
Assim como, em toda as grandes universidades, a diversidade de ações é também imensa. e não é surpresa a necessidade de sensibilização dos vários setores em busca de uma ação conjunta e integrativa. Enfim, foi dada a partida.
Este evento não ocorreria se não tivéssemos trabalhando conosco a assessora de comunicação da Biblioteca Universitária da UFMG, Carla Gomes Pedrosa, à quem dirijo o nosso muito obrigado e admiração pela garra e capacidade de comunicação.